O número de desocupados cresceu em 1,2 milhão de pessoas desde que o novo governo assumiu. No primeiro trimestre de 2019 já são 13,387 milhões de desempregados, um crescimento de 10,2%, na comparação com o final do ano passado. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada na manhã desta terça-feira (30) pelo IBGE.
A taxa de subutilização, que indica gente que poderia estar trabalhando mais, atingiu 25%, o maior nível da série histórica, iniciada em 2012. A população subutilizada chega a 28,3 milhões, com acréscimo de 1,5 milhão de pessoas no trimestre e de 819 mil em 12 meses.
Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, o governo Bolsonaro não tem um projeto econômico sólido para o país e os dados divulgados pelo IBGE refletem a falta de proposta efetivas para a retomada do crescimento. “Arrocho salarial e retirada de direitos, como Bolsonaro e seu posto Ipiranga Paulo Guedes vêm propondo, não geram emprego nem aquecem a economia. Assim como tirar o direito dos brasileiros se aposentarem no futuro também não vai gerar crescimento e geração de emprego.”
De acordo com ele, o que gera crescimento econômico, entre outras coisas, é a volta do investimento do setor público, sobretudo em obras de infraestrutura que estão paradas. “Não é o congelamento do investimento em saúde e educação que gera emprego, tampouco acabar com direitos trabalhistas”, reforçou o presidente da CUT.
O diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio, acredita que “Estamos na UTI”. Um período, como diz Clemente, de “explosão” do desemprego e de crescimento da informalidade. O mercado mostra “alta precarização, alta instabilidade e muita insegurança”. Ele chama a atenção para profundas transformações que vêm atingindo o universo do trabalho.
“Além das inovações tecnológicas, temos observado que a organização das empresas também se transforma. E o sistema de relações do trabalho vem sendo alterado”, afirma, citando a Lei 13.467, de “reforma” trabalhista. “Há um novo mundo do trabalho em termos de direitos. São múltiplas dimensões que afetam o mundo do trabalho.”
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