Tão logo a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi decretada, o Comando Nacional dos Bancários encaminhou ofício (dia 12/3) à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) solicitando informações sobre quais providências os bancos tomarão para prevenção ao novo coronavírus.
A resposta veio dia 16/3, quando por sugestão do Comando, ocorreu a criação de um comitê bipartite de crise para acompanhamento do tema e a implementação de uma comunicação preventiva em todos os locais de trabalho.
Durante a negociação, o Comando dos Bancários conquistou ainda determinadas ações dos bancos para as pessoas que são dos grupos de risco, tais como gestantes, idosos, portadores de doenças crônicas etc. e sobre os planos de contingência dos bancos para as fases de propagação do vírus para os departamentos e as agências bancárias, como redução do horário de atendimento e contingenciamento do atendimento para evitar aglomerações dentro das agências, ambientes fechados, com ar condicionado, propícios à contaminação. A Fenaban informou que mais de 200 mil bancários estão em home office e o Comitê de Crise tem garantido o sistema de quarentena dentro dos bancos.
Em negociação com o BNB, o Sindicato cobrou do Banco que enviasse para o home office todos os trabalhadores acima dos 60 anos, como havia sido acordado com a Fenaban na reunião do Comitê de Crise. O Banco tinha adotado a medida para os funcionários acima dos 70 anos.
Uma outra importante conquista do Comitê de Crise foi a garantia do emprego no Santander e Itaú enquanto durar o período da pandemia do novo coronavírus.
Conquistamos ainda, através do Comando Nacional, que o Banco Central do Brasil publicasse uma circular (nº 3.991) determinando a redução do horário de atendimento e contingenciamento para reduzir aglomerações. Um decreto presidencial (nº 10.282) também determinou quais atividades eram essenciais nas agências.
Entretanto, mesmo com essas determinações, a população ainda continuava aglomerada na frente das agências. Para tentar minimizar esse problema, o Comando solicitou à Fenaban que realizasse uma campanha de mídia para informar a sociedade sobre o funcionamento das agências bancárias.
Após essas determinações, a Caixa anunciou que o atendimento presencial no interior das agências será somente para saque de INSS/seguro desemprego/seguro defeso/abono salarial/FGTS para quem não possui cartão e senha, ou tenham que efetuar o desbloqueio de cartão e senha da conta. O banco informou ainda que 70% do seu quadro está em home office e os 30% restante estão trabalhando segundo escala semanal.
Os bancos alegam que precisam manter as agências em funcionamento para atender, principalmente, os idosos e outras pessoas que não tenham condições de se auto atender, mas vão analisar todas as reivindicações da categoria e responder o quanto antes.
O Comando tem reivindicado ainda a suspensão de todos os processos de reestruturação nesse período, sobretudo na Caixa, assim como suspensão dos processos seletivos internos. Outra reivindicação da categoria tem sido a suspensão da cobrança pelo cumprimento metas. Os bancos disseram que priorizaram o debate sobre questões que envolvem a saúde dos trabalhadores e clientes e o assunto não foi discutido ainda. Mas, que foi orientado para que os gestores ajam com razoabilidade.
A representação dos trabalhadores cobra ainda que os bancos não cumpram as medidas previstas nas Medidas Provisórias 927, 928 e 936/2020, do Governo Federal, que autorizam as empresas a negociarem diretamente com os trabalhadores, sem a intermediação dos sindicatos.
A Contraf-CUT também já solicitou negociação com a Fenacrefi, e aguarda resposta das financeiras.
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