Nas proximidades do Natal, o Santander deflagrou nesta segunda-feira (3) uma nova onda de demissões em todo País, segundo informações enviadas por vários sindicatos e federações para a Contraf-CUT. Em São Paulo foram mandados embora 40 funcionários dos setores de Recursos Humanos, Jurídico, Organização e Eficiência e o de Gestão Integral e de Gastos.
Ainda não há números conhecidos sobre o total de trabalhadores demitidos até agora. A Contraf-CUT já está fazendo um levantamento nacional junto aos sindicatos.
No Nordeste, dados preliminares de alguns sindicatos são preocupantes. Ocorreram 30 demissões em Pernambuco, 23 na Bahia, 14 em Alagoas e 10 na Paraíba. No Ceará foram sete demissões em um só dia. Na sua maioria, os desligados foram gerentes, com mais de 10 anos de banco e salários mais elevados. Houve também dispensas em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, dentre outros estados, além de Brasília.
“Já solicitamos uma negociação com o Santander para discutir a suspensão imediata das dispensas e a manutenção dos empregos dos trabalhadores do banco”, destaca Ademir Wiederkehr, funcionário do banco e secretário de imprensa da Contraf-CUT. Para ele, nada justifica essas demissões. Nos nove primeiros meses do ano, o banco lucrou R$ 5,694 bilhões no Brasil, o que representa 26% do lucro mundial do Santander. O banco ainda não deu qualquer retorno sobre uma negociação.
“Ao invés de demitir, o banco deveria, isto sim, fazer mais contratações, como foi reivindicado pelas entidades sindicais na última negociação com o banco, no dia 22 de novembro, durante o Comitê de Relações Trabalhistas. Queremos melhores condições de trabalho, frear o adoecimento de trabalhadores e agilizar o atendimento aos clientes e usuários”, ressalta o diretor do Sindicato e funcionário do Santander, Eugênio Silva.
Numa atitude desumana, ao demitir trabalhadores faltando menos de um mês para o Natal, o Santander revela que não respeita o Brasil e os brasileiros. “Exigimos a suspensão imediata das demissões, a manutenção dos empregos e a geração de novos postos de trabalho, como forma de responsabilidade social e contrapartida para o desenvolvimento do País”, cobra Eugênio.
“O movimento sindical teve a informação de que o banco prosseguirá as demissões até a próxima sexta-feira (7) e que pode atingir cerca de 5 mil em todo País. Isso é um absurdo, pois os trabalhadores brasileiros são principais responsáveis pela maior fatia do resultado global da empresa (26%). O banco não demite na Espanha onde há crise, nem em outros países da América Latina. Não aceitamos que dispensem os funcionários daqui”, afirma o presidente do Sindicato, Carlos Eduardo Bezerra.
Entre os dispensados estão empregados com mais de 20 anos de banco, muitos às vésperas da aposentadoria, e até pessoas com deficiência.
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