Após a curta passagem da Cia. Paulista de Artes pela Capital, com "As Noivas de Nelson Rodrigues", a programação teatral da cidade permanece acalorada pelos grupos locais.
Cenas do espetáculo "Metrópole", da Inquieta Cia. de Teatro Fotos: Divulgação/ Rodrigo Paulino
Na última quarta-feira, o espetáculo "Metrópole" retornou à Sala de Dança Hugo Bianchi e ali permanece até domingo, dia 24. A sessão de hoje tem início às 20h. Sábado e domingo, às 19h. Metrópole é mais um daqueles espetáculos, enxutos de recurso cênico, mas abarrotados de questionamentos e apontamentos filosóficos.
No foco do texto de Rafael Barbosa, dois irmãos, Caetano e Charles, discutem sobre o fazer artístico. "Na peça, o irmão mais velho era ator, foi uma referência para o outro, mas abandonou a carreira e agora é confeiteiro. O mais novo também se torna ator e tenta fazer com que o irmão volte aos palcos", explica Thiago Tavares.
Segundo ele, o texto foi feito sob a encomenda de Silvero Pereira, que pretendia tratar do teatro, da vida de ator, em uma montagem. "Tudo é muito direto, desnudo. As dúvidas, reflexões, inseguranças... Por isso, o espaço cênico escolhido para encenar foi a sala de ensaios. Queríamos deixar essas questões ali, na sala, onde tudo acontece, onde começa, não queríamos levar pro palco", observa o ator.
Em março, o espetáculo segue para apresentações em Natal (RN), na Casa da Ribeira, e em Juazeiro do Norte (CE), à convite do SESC.
A montagem e temporada do espetáculo possui apoio da Secretaria de Cultura de Fortaleza, através do Edital das Artes 2011.
Meu guri
Já o Teatro Sesc Emiliano Queiroz recebe, hoje, a Cia. Boca D´Cena, que leva ao palco o musical "As faces de Chico", baseado na vida e obra do cantor carioca Chico Buarque de Holanda.
O grupo do bairro Quintino Cunha teve acesso a uma trilogia baseada em Chico Buarque, produzida por Eurico Bivar, um dramaturgo cearense de Acopiara, falecido em 2010. "Ele era muito fã da obra do Chico e, então, escreveu três peças sobre a trajetória do cantor. O que fizemos foi explorar uma delas, a segunda, chamada: ´A saga de um pivete chamado Jesus´. Como o espetáculo é repleto de personagens e músicas relacionados a ele, resolvemos acrescentar no título: ´As faces de Chico´", explica o diretor Lucivan Moura.
Contudo, a saga não é narrada a partir de Buarque. Aí é que está: o protagonista é Julinho da Adelaide, o pseudônimo criado pelo cantor em 1974 para burlar a censura da Ditadura Militar. Por Julinho de Adelaide, Chico compôs "Acorda amor", "Jorge maravilha" e "Milagre brasileiro".
Bivar escreveu o que poderia ter sido a origem de Julinho, um moço da Vila do Meio Dia, que vai para a cidade grande com o sonho de ser um sambista de partido alto e, após alcançar o sucesso, retorna ao seu lugar de origem, 40 anos depois.
Mais informações:
"Metrópole", de hoje a domingo, às 20h (hoje) e 19h (sábado e domingo). No Theatro José de Alencar (R. Liberato Barroso, 525). Contato: (85) 9918.3535 Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
"As faces de Chico", hoje, às 20h, no Teatro Sesc Emiliano Queiroz (Av. Duque de Caxias, 1701). Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
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