O amor de um casal que atravessa o tempo e se confunde com a história do Brasil é o tema da animação brasileira
"Uma história de amor e fúria" participou de vários festivais internacionais e nacionais antes mesmo da estreia oficial. Inclusive foi o primeiro longa-metragem de animação a participar da Première Brasil, a mostra competitiva do Festival do Rio, em 14 anos do evento.
Tanto barulho tem razão de ser. O projeto é audacioso e tem assinatura do roteirista e cineasta Luis Bolognesi ("Bicho de Sete Cabeças", "As Melhores Coisas do Mundo", "Chega de Saudade"). "O roteiro une duas coisas que gosto muito: história do Brasil e história em quadrinhos", explica o diretor.
O projeto demorou muitos anos até ficar pronto e o diretor não poupou esforços para que o resultado final ficasse do jeito que imaginou.
"Comecei a pesquisa em 2002 e o primeiro tratamento do roteiro ficou pronto em 2004. Depois vieram vários ajustes, o último aconteceu em 2010. O filme ficou seis anos em produção, uma característica absolutamente diferente dos live action".
Destinado ao público jovem e adulto, com traço e linguagem de HQ, o filme narra o amor entre Janaína e um guerreiro indígena que, ao morrer, assume a forma de um pássaro. Durante seis séculos, a história do casal sobrevive, atravessando quatro fases que se confundem com a história do Brasil: a colonização, a escravidão, o regime militar e o futuro, em 2096, quando haverá uma guerra pela água.
Em todos estes períodos, os dois lutam contra a opressão. E para retratar essa história, foi necessária uma longa pesquisa com profissionais das áreas de história e antropologia, a partir da qual o diretor e roteirista decidiu quais os pontos da história do País seriam abordados em destaque.
Para a animação ganhar a exata medida da emoção que os personagens exigiam, Bolognesis convidou grandes nomes da dramaturgia para a dublagem. Tem Selton Mello, Camila Pitanga e Rodrigo Santoro, interpretando os personagens principais. Resultado? Um filme que instiga a curiosidade.
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