I Semana do Graffiti de Fortaleza põe em evidência uma das mais populares linguagens da arte de rua
Sete dias de cores, spray e intercâmbio. É o que promete a I Semana do Graffiti de Fortaleza, realizada pela Prefeitura de Fortaleza, por meio da Coordenadoria de Políticas Públicas de Juventude. O evento tem início hoje, e segue até dia 13, com oficinas e ações de pintura coletiva em vários bairros da cidade. Todas as atividades são gratuitas.
O objetivo é abrir espaço para o debate com artistas, gestores públicos, comunicadores e entidades da sociedade civil sobre manifestações artísticas como o graffiti, o muralismo e a pichação, dentro do contexto urbano. Além de grafiteiros locais, participam os artistas convidados Emerson Emol (SP) e Léo Arem (PE), que vão compartilhar suas técnicas e repertório durante as oficinas gratuitas (as inscrições para participar já estão encerradas).
"O movimento de arte urbana é uma das coisas que mais atraem jovens no mundo todo. As linguagens da arte urbana, caso graffiti e mesmo da pichação, têm muito a ver com isso de jovem de querer deixar a sua marca", explica o sociólogo Élcio Batista, titular da coordenadoria de Juventude.
A curadoria da Semana é do artista Narcélio Grud, que a situa como um passo inicial para a realização, provavelmente no segundo semestre deste ano, de um festival internacional de arte urbana. "Esse evento é um passo estratégico, porque a ideia é promover a integração entre pessoas da cidade que já trabalham com graffiti. O graffiti foi a arte escolhida nesse primeiro momento entre outras linguagens da arte urbana por ter maior número de adeptos e ter custos mais baixos de realização", explica Grud.
"A cidade tem muitos talentos nesta área e, muitas vezes, eles são reconhecidos lá fora e não aqui", avalia Élcio. Para ele, a arte urbana oferece muitas oportunidades, inclusive profissionais. "Estamos investindo num movimento para chegar a criação, ainda nessa gestão, de uma Escola de Arte Urbana. Antes disso, em junho, teremos cursos de grafitti nos Cucas".
A solenidade de abertura acontece hoje, com presença do coordenador de Juventude da Prefeitura de Fortaleza, Élcio Batista; o secretário municipal da Cultura, Magela Lima; o próprio Grud; e os convidados Emol e Arem. "É um momento tanto para apresentar a proposta quanto de confraternização, além de adiantar alguns aspectos de projetos que estamos planejando", ressalta Grud.
Ainda segundo ele, um debate mais aprofundado sobre questões ligadas ao graffiti e a pichação deve acontecer nessas futuras oportunidades - o foco, agora, é o encontro e a troca de conhecimento. "Tivemos uma audiência na Câmara Municipal em março, quando parte dessa discussão foi realizada. Mas o que se faz necessário agora é a ação, é identificar grupos, artistas, trabalhos", enfatiza Grud.
O curador refere-se à audiência pública ocorrida em 27 de março, Dia do Graffiti, já com o objetivo de iniciar a construção da Semana. Foram discutidas questões como a cidade enquanto território de comunicação visual, o sentido da arte urbana e a relação da juventude com esses códigos. Entre os participantes, predominou o entendimento do graffiti e da pichação como formas de expressão.
|