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Notícias

16/05/2013 

Exposição Trajetórias - A pureza da forma

Arte concreta brasileira é destaque na mostra da coleção Fundação Edson Queiroz, em cartaz no Espaço Cultural Unifor

Os núcleos temáticos da exposição “Trajetórias – Arte brasileira na coleção Fundação Edson Queiroz”, em cartaz no Espaço Cultural Unifor, contemplam períodos, temas, correntes e protagonistas da produção artística nacional. Um dos destaques da mostra é o núcleo dedicado à arte concreta, um dos primeiros movimentos nacionais a terem destaque imediato no exterior. A corrente artística contou com nomes como Lothar Charoux, Geraldo de Barros, Luiz Sacilotto, Décio Vieira, Lygia Pape, Lygia Clark e Franz Weissmann. A importância deles não permitiu que, na montagem da exposição, ficassem circunscritos ao núcleo concreto. Desta forma, o movimento tem representantes em outros espaços da mostra.

A arte concreta foi gestada em meados do século XX, em São Paulo. Era um desdobramento das estéticas modernistas. Surgiu como um rompimento com a ideia de pintura como imitação da natureza. O artista encontrava na forma geométrica um caminho para a arte pura. O concretismo possui uma identificação com a arte abstrata, fruto dos movimentos de vanguarda europeia, que desde o impressionismo denunciavam a vontade que os artistas tinham de se desvencilhar da imitação. Assim, os brasileiros trilharam caminho semelhante, mas nunca igual ao dos artistas europeus que os inspiraram.

Embates

O movimento estende-se também para a música e a literatura. A poesia concreta foi evidenciada pelo lançamento da revista "Noigandres", em 1952, editada pelos irmãos Haroldo e Augusto de Campos com Décio Pignatari. Para alguns historiadores e críticos de arte brasileiros, o concretismo foi mais do que a consolidação do modernismo no País, levando os artistas a uma reflexão sobre a arte produzida aqui, além de marcar o desejo de "internacionalização" da arte brasileira, que ainda buscava sua identidade.

No entanto, a nova concepção de arte defendida pelos concretistas paulistas dividiu opiniões entre críticos e intelectuais. O grupo juntou-se a outro da cena intelectual carioca, o coletivo Frente, realizando exposições em 1956 e 1957. Uma posterior discordância entre os dois polos de produção da arte concreta daria origem, no Rio, ao movimento Neoconcreto.

Ferreira Gullar e Mário Pedrosa, radicados no Rio, apostavam nas ideias dos concretistas paulistas, enquanto o crítico Sérgio Milliet discordava das propostas. A divergência entre os dois grupos surge nessa exposição, quando os concretistas lutavam por uma arte livre de subjetividade, os neoconcretistas cariocas imprimiam às suas produções um caráter psicológico.

A arte abstrata no Brasil é representada pelos movimentos concretos e neoconcretos. O movimento constitui uma das mais significativas correntes da arte moderna, tendo como palco a Europa do início do século XX, marcada por profundas transformações políticas, sociais e tecnológicas. A arte acabou funcionando como uma válvula de escape, ao refletir sobre todo aquele panorama de culto ao progresso tecnológico e à racionalidade, principais elementos da modernidade, cujos resultados imediatos foram as duas grandes guerras mundiais (1914-1918 e 1939-1945).

Seguindo esse raciocínio, a arte abstrata pode ser analisada sob dois aspectos. No primeiro, reflete o entusiasmo do projeto da modernidade, daí ter ido buscar na Matemática, considerada a mais pura das ciências os seus fundamentos, expressos através de traços geométricos ou simplesmente utilizando as cores. No segundo, mostra o desencanto do homem com o progresso científico ou a racionalidade.

Contexto internacional

No Brasil, o panorama era inverso. Enquanto a Europa já estava sofrendo com a ressaca dos efeitos do projeto "moderno", aqui, as vanguardas, a exemplo do movimento concretista, aconteciam em plena febre da propaganda desenvolvimentista da década de 1950, cujo lema do presidente Juscelino Kubitscheck era fazer o Brasil crescer 50 anos em cinco. No livro "Por uma vanguarda nacional", a historiadora e crítica de arte Maria de Fátima Morethy Couto destaca: "A maioria dos estudos publicados até hoje sobre a situação artística do pós-guerra analisa apenas, por razões óbvias, o antagonismo instaurado entre a França e os Estados Unidos. No entanto, também o Brasil nutria esperança de impor-se mundialmente"

Os artistas concretos exploravam as formas geométricas de maneira harmoniosa, economizando nas cores. A proposta era a de conseguir criar um objeto puro, livre de qualquer conotação subjetiva, enfatizando sua forma plena. Nas obras de Lothar Charoux, realizadas entre as décadas de 1950 e 1970, o artista enfatiza cores e formas, dando a ideia de bi e até tridimensionalidade. Usa um pouco mais de cores, explorando com elas formas, através de traços que impressionam pela precisão. Alguns dos seus objetos parecem ter movimento. Aliás, essa era uma característica do grupo, que também trabalha o conceito de pop art, como na obra "Sem título", de 1981, de Luiz Sacilotto, em preto e branco. Hermelindo Fiaminghi apresenta trabalhos das décadas de 1950 e 1960. No trabalho "Elevação vertical com movimento horizontal II, de 1955, explora as formas e cores, num jogo sutil, dando ideia de movimentação, além de profundidade ao objeto, traços de suas obras.

Na realidade, o que os artistas concretistas queriam era mudar, radicalmente, a maneira de fazer e perceber a arte. Na esteira das mudanças estéticas que marcaram o início do século XX proporcionada por pintores e escultores europeus, que resolveram dar um basta nos cânones da arte tradicional, marcada pelo figurativismo e a perspectiva científica, inaugurada no Renascimento. Os concretistas partiram para uma nova forma de representação do mundo real. No Brasil, o abstracionismo passa por diferentes visões e também pela formação de grupos. No entanto, o que se observa é que o individual acabou prevalecendo sobre a arte dos grupos, que terminavam se desfazendo. As divergências entre os dois grupos ficaram evidenciadas na Exposição de Arte Concreta em São Paulo, realizada em 1956, e, a do Rio, em 1957.

Exposição

Em cartaz desde 22 de março no Espaço Cultural Unifor, a exposição "Trajetórias: Arte brasileira na coleção Fundação Edson Queiroz" reúne mais de 250 obras da instituição, composta por obras do século XX. Trata-se de um dos mais importantes do acervo País e o maior mantido por uma universidade privada do Brasil.

A exposição contempla os principais nomes da história artística do País, abrangendo diferentes períodos, cenas locais, estilos e escolas. Da primeira geração do modernismo, foram incluídos Candido Portinari, Anita Malfatti, Emiliano Di Cavalcanti, Oswaldo Goeldi e Lasar Segall, dentre outros protagonistas da vanguarda. O acervo ainda acompanha o desenrolar da arte moderna brasileira, com obras de seu principais continuadores, a exemplo de Alfredo Volpi, Burle Marx e Samson Flexor.

"Trajetórias" inclui o Ceará em seu roteiro. Podem ser apreciados trabalhos de artistas como Raimundo Cela, Antonio Bandeira, Ademir Martins, Leonilson, Estrigas, Luiz Hermano, Heloisa Juaçaba e Francisco de Almeida. A curadoria é do crítico de arte Paulo Herkenhoff.

Mais informações:
Exposição "Trajetórias - Arte brasileira na coleção Fundação Edson Queiroz", no Espaço Cultural Unifor (Av. Washington Soares, 1321, Edson Queiroz). Aberta à visitação até 8 de dezembro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, sábados e domingos, das 10h às 18h. Estacionamento grátis. Contato: (85) 3477.3319

Fonte: Diário do Nordeste
Última atualização: 16/05/2013 às 10:55:38
 
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