Em 2012, foram comemorados 40 anos da realização da Mesa-Redonda de Santiago do Chile, realizada pela Unesco. Pensando o papel dos museus como agentes de transformação e inclusão social, o evento lançou o desafio de perceber o museu como uma instituição a serviço da comunidade. Para refletir a dimensão do museu na contemporaneidade, o museólogo carioca Mário Chagas abre o IV Fórum Cearense de Museus com a conferência A memória do poder e o poder da memória - entre os museus clássicos e comunitários, às 19 horas, no TJA. “A ideia é fortalecer a relação de museu com memória e criatividade e, no caso da memória, discutir como as diferentes instâncias de poder - seja a níveis locais ou federais, de empresas ou famílias - buscam uma hegemonia, já que muitos museus estão instalados em antigas sedes do poder. E por outro lado compreender o poder da memória como ferramenta de libertação dos seres humanos”, reflete o professor.
Mário costuma dizer que onde há museu, há sociedade e é neste cenário que abre-se o debate sobre os museus comunitários, criados e mantidos por meio das comunidades onde estão inseridos. “São museus que se fazem na primeira pessoa, do singular ou do plural, que não é uma fala sobre o outro, mas uma fala sobre si mesmo”.
A antropóloga Cinthia Rodrigues sustenta que o Brasil passou de dois para 12 cursos de museologia “e que já nasceram a partir dessa nova visão, de um entendimento posterior à Mesa de Santiago e é tudo muito promissor, um momento de muita energia positiva e vontade de realização”, acredita.
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