René Sampaio tinha 14 anos quando ouviu, pela primeira vez, a música de Renato Russo. Foi no rádio, em Brasília. “Era um dia beeeem seco e eu estava deitado no chão da sala. Achei incrível. A música, a história, o desfecho e, principalmente, que ela não acabava nunca. Quis desde sempre fazer esse filme, até porque na época já queria ser diretor.” Anos mais tarde, ele estava no Festival de Paraty quando encontrou a produtora Bianca de Felippes. Conversaram sobre possíveis projetos e René lhe disse que “Faroeste Caboclo” era o filme que gostaria de fazer, mas - que pena! - os direitos não estavam mais disponíveis. René até hoje não sabe direito o que houve, mas não demorou muito e a produtora ligou para dizer que os direitos eram deles.
O filme estreia na cola da cinebiografia de Renato Russo por Antônio Carlos Fontoura. “Nosso filme sempre esteve apontado para 30 de maio. A data inicial do dele era janeiro. Não sei avaliar o que significa ambos estarem estreando quase juntos. Mas isso cria um sentimento positivo, uma curiosidade, acho.”
Como desejo de realização, o diretor confessa que o filme sempre existiu para ele de trás para a frente. “A cena do duelo final, clímax da música, foi o motivo primeiro pra querer fazer o longa. Poderíamos ter adaptado de outra maneira, como uma troca de tiros entre gangues ou algo menos estilizado, mas o barato era o faroeste caboclo.”
As referências de Sampaio estão ligadas ao spaghetti western, por mais que admire John Ford e Sam Peckinpah. “Como os italianos, acho que a releitura latina das convenções do gênero aproxima essa cinematografia da nossa realidade. Três Homens em Conflito e Era Uma Vez no Oeste estão na minha lista de filmes preferidos.” A história de amor étnica veio depois. “O meu entendimento do filme, e o dos produtores, sempre foi que esse casal teria grandes diferenças. Uma delas poderia ser, como foi, étnica. Testamos muitos atores, mas o Fabrício (Boliveira) tinha a energia exata pro João que estávamos procurando.”
E as cenas de sexo? “Quando os personagens transam na casa do pai da Maria Lúcia, de uma maneira mais crua, filmamos em dois ou três takes, com câmera na mão. A cena depois do beijo no píer, que é mais lúdica, tem planos mais fechados e foi feita aos poucos. Ísis (Valverde) encarna a própria magia do cinema. Sua entrega, e a do Fabrício, o carinho que um personagem tem pelo outro, foram fundamentais. Foi tudo muito intenso”. (Luiz Carlos Merten, da Agência Estado)
Serviço
FAROESTE CABOCLO (BRA, 2013).
Faroeste/ Drama. 14 anos. 105 min.
De René Sampaio.
Com Fabrício Boliveira e Ísis Valverde.
Estreia no UCI Kinoplex Iguatemi 4 às 12h (sáb e dom), 14h15, 16h30, 18h45, 21h e 23h15 (sex e sáb). UCI Kinoplex Iguatemi 9, às 13h, 15h15, 17h30, 19h45 e 22h. Centerplex Via Sul 3 às 12h20, 14h50, 17h20, 19h40 e 22h. North Shopping 3, às 14h (sex, sab e dom), 14h20, 16h35, 18h50 e 21h05. Arcoplex Aldeota 2 às 14h40, 17h, 19h10 e 21h20. Cine Francisco Lucena (Limoeiro do Norte) 1 às 15h, 18h e 21h. Cine Renato Aragão Sobral 3 às 15h15 , 18h15 e 21h15 //
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