Encerra-se hoje, sexta-feira, 7/6, a eleição do representante dos funcionários do Banco do Brasil no Conselho de Administração, o Caref. Para votar, basta entrar no Sisbb-Pessoal-Opção 48-Eleição Caref e digitar o número da matrícula do seu candidato. O Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE) apoia Rafael Matos (matrícula F8369846), bancário do BB há 13 anos e ex-diretor do Sindicato de São Paulo por dois mandatos.
Se nenhum candidato conseguir a maioria absoluta dos votos, os dois primeiros colocados disputarão o segundo turno, de 24 a 28 de junho. Têm direito a voto todos os 120 mil funcionários em atividade no BB.
O Conselho de Administração do BB é composto de sete membros: três indicados pelo governo federal, o presidente do banco, dois indicados pelos acionistas minoritários (que hoje são indicados pela Previ) e um eleito pelos funcionários.
A eleição é fruto da lei nº 12.353/2010, sancionada pelo ex-presidente Lula, que determina que toda empresa pública ou de economia mista com mais de 200 empregados, controlada pela União, deve ter um representante dos funcionários no seu Conselho de Administração, escolhido pelo voto direto.
A lei é resultado de uma reivindicação das centrais sindicais ao ex-presidente, que a encaminhou ao Congresso Nacional, onde foi aprovada por deputados e senadores.
Pela lei, no entanto, o representante dos trabalhadores não pode participar de reuniões que deliberem sobre salários e benefícios dos funcionários, mas a representação dos trabalhadores está lutando para derrubar esse impedimento.
Os trabalhadores do BB já tiveram um representante no Conselho de Administração no período entre 1993 e 2001, conhecido como Garef (Gabinete do Representante dos Funcionários). A representação, no entanto, foi extinta pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.
"A eleição é uma conquista das centrais sindicais, capitaneada pela CUT. É um avanço importante porque dará à representação dos trabalhadores o direito de participar da instância máxima do Banco do Brasil, onde são tomadas as decisões estratégicas, desde negócios, crédito, orçamento, investimentos e remuneração dos dirigentes, dentre outras questões", afirma William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa do Funcionalismo do BB.
"Por isso, é importante que o funcionalismo eleja um representante realmente comprometido com os seus interesses", orienta William.
Visita ao Ceará
Em visita ao Sindicato dos Bancários do Ceará, na quarta-feira 29/5, Rafael Matos falou sobre sua candidatura, o papel do Conselho de Administração e a importância da participação dos funcionários na eleição. Confira a entrevista:
Qual a importância dessa eleição para os funcionários e por que sua candidatura deve ser apoiada?
Essa eleição é muito significativa porque pode, de fato, trazer consequências positivas para vida do trabalho no nosso dia a dia. Eu tenho conversado com os colegas e tenho afirmado com toda a convicção que, com esse quadro de muitos candidatos inscritos – nós temos mais de 650 inscritos – é importante a gente ter uma candidatura que não seja uma candidatura de impulso individual, um pleito individual – sem demérito nenhum às outras candidaturas, de maneira nenhuma a gente quer desqualificar as outras candidaturas. Mas a gente entende que, para defender os interesses dos bancários, tem de ter uma candidatura representativa de um projeto em sintonia com todos os sindicatos do País, um projeto que possa levar a visão do trabalhador para o Conselho de Administração, que tenha força e representatividade para discutir o que é importante para a vida do bancário nessa esfera que é importante para a gestão do banco.
Quais são os compromissos e principais propostas da sua candidatura?
A gente precisa estabelecer um processo de interlocução com o Banco do Brasil. A interlocução com o banco está muito ruim. Essa esfera de participação dos funcionários no Conselho de Administração já é um começo para ajudar a fortalecer a interlocução dos funcionários com a representação. Além disso, a gente precisa começar a debater a gestão de pessoas do banco. A alçada do conselheiro eleito – que é uma a alçada de fiscalização, de debate de macropolíticas, que tem uma limitação legal para a discussão do funcionalismo – ela precisa ser usadar, nesse projeto de defesa dos interesses dos funcionários, de maneira a fortalecer a interlocução e debater a gestão de pessoas do banco. O banco precisa olhar para o funcionário no longo prazo, precisa investir no funcionário no longo prazo. Então, uma candidatura que tenha a força do Sindicato com ela precisa levar a frente, no banco, uma discussão sobre qual o banco que a gente quer: um banco que olhe pros funcionários, que invista em capacitação, que envolva o funcionário na construção das metas, que não coloque metas absurdas e inatingíveis. O banco precisa envolver o funcionário na construção dos seus objetivos, precisa dar condições de trabalho para os funcionários atingirem os objetivos e precisa começar a olhar mais pras pessoas.
Muitos trabalhadores não compreendem direito o papel do Conselho de Administração do Banco do Brasil. Como é composto esse Conselho e a que interesses cada representação está envolvida?
Acho que é o cerne do debate está nessa pergunta. Essa é uma lei que foi sancionada no final do governo Lula, em 2010, no Ministério do Planejamento. Os trabalhadores ganharam o direito de eleger um representante no Conselho de Administração das empresas estatais. O Banco do Brasil se adequou e, agora, a gente pode eleger um funcionário para o Conselho de Administração. O Conselho do Banco do Brasil tem oito componentes: um representante indicado e orientado pelo próprio banco; quatro representantes indicados e orientados pelo Governo Federal – ou seja eles representam o Governo e a sua linha política –; dois representantes dos acionistas minoritários – no caso, a Previ; e, agora, tem mais um assento lá: o assento dos representantes dos funcionários. Cada componente desse conselho recebe a orientação e a indicação de voto desses membros, ou seja, cada um defende os interesses daqueles que os indicaram. O Conselho de Administração do banco é a esfera máxima da gestão da empresa. Lá, é onde se define as macropolíticas do Banco do Brasil, a política de crédito, de investimentos, de gestão de pessoas. O conselheiro de administração está regido pela lei das SA, ou seja, tem um papel também, de fiscalização da gestão da empresa. É no Conselho onde se definem os nomes dos executivos, é onde valida os números da empresa, então, é a esfera máxima da gestão, é onde se definem o planejamento estratégico e os rumos do banco no médio e longo prazo.
Como o trabalhador deve fazer para votar?
A votação ocorre pelo SisBB, aplicativo pessoal 48, todos os funcionários da ativa votam, sem exceção, e votam com a matrícula do candidato – a minha matricula é F8369846. Ao digitar a matrícula, vai aparecer o nome e confirma a votação. Não tem aquele pop-up que aparece nas votações que a gente participa de Cassi e Previ, por exemplo, então o funcionário tem que procurar o caminho da votação. É muito importante participar porque é um espaço de participação do trabalhador na gestão, uma via de mão dupla pra levar a visão do trabalhador e dividir com o trabalhador a gestão do BB, uma oportunidade pra gente ter uma campanha representativa em defesa dos interesses dos funcionários. Por isso é muito importante que todos participem.
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