Com mais de um milhão de espectadores no teatro, "Minha mãe é uma peça - o filme" aprofunda a personagem Dona Hermínia, vivida pelo humorista Paulo Gustavo
Após ouvir seus filhos queridos, mimados (e sufocados por tanto amor) dizendo que é difícil aguentar viver com a mãe e que ela "é uma chata", Dona Hermínia (Paulo Gustavo) se magoa profundamente e decide sair de casa. "Dar um gelo" em Marcelina (Mariana Xavier) e Juliano (Rodrigo Pandolfo), os quais ela teima em ainda enxergar como duas crianças... É assim que inicia a história de "Minha mãe é uma peça - o filme", adaptação para as telonas da peça homônima escrita e estrelada pelo comediante Paulo Gustavo.
A partir daí, as cenas de flashback, com Dona Hermínia relatando o processo de criação dos filhos, se sucedem. Ela abre o coração para a tia Zélia (Suely Franco), enquanto resolve se refugiar em seu lar. Quem já viu o espetáculo no teatro, percebe que o enredo é diferente.Enquanto, no monólogo, a família de Dona Hermínia aparece apenas em relatos, no longa ela se concretiza por meio de um elenco de peso. O ex-marido, Carlos Alberto, é vivido por Herson Capri; a nova esposa dele, a dondoca Soraya (Ingrid Guimarães), tem um quê de vilã.
"A escolha dos atores foi decisiva para a definição dos personagens. Quando Herson Capri confirmou que faria o filme, o Carlos Alberto veio inteiro. Não sei como. Às vezes, acontece por mágica. Queríamos que a Soraya fosse uma vilã divertida, então, quem melhor que a Ingrid para fazer? Já a Marcelina e o Juliano, filhos da Dona Hermínia, tiveram o perfil definido antes de buscarmos os atores que os fariam, a Mariana Xavier e o Rodrigo Pandolfo", revela André Pellenz, que comanda Paulo Gustavo no programa "220 volts", no Multishow, em sua estreia como diretor de um longa.
As frases espontâneas de Dona Hermínia, com sua voz estridente, são um capítulo à parte. Ela é extremamente direta, às vezes até indiscreta, mas tudo é compreensível porque seus atos são motivados pelo amor. "Mãe é insistente, transparente, nem sempre entendida, mas essencial", comenta o ator Paulo Gustavo, em entrevista ao Zoeira.
Ele mesmo confessa que já fez Dona Déa se preocupar horrores em sua adolescência - e até depois dela. A mãe, inspiradora, aparece nos créditos do longa, uma coprodução da Globo Filmes com a Migdal e distribuição da Downtown Filmes.
Além de Dona Déa, Juliana Amaral, irmã de Paulo, também inspira a produção. "Marcelina foi baseada na minha irmã, que é gorda e adora comer. Mas a personagem ganha vida própria e carrega outras questões", diz Paulo.
Mariana Xavier, 33 anos conta que foi delicado e delicioso dar vida a uma adolescente. "Tive o cuidado para não deixar que a relação dela com o peso fosse carregada de preconceitos".
O longa traz uma história redonda, sem indícios de que haverá uma sequência. Sobre o assunto, o humorista fala: "Ai, uma continuação seria algo muito legal, mas vamos ver o que o público vai achar".
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