A peregrinação que o professor Max Franco tem feito pelos colégios de Fortaleza divulgando seu trabalho como escritor expôs para ele uma realidade inconveniente.
“Os jovens leem pouco e, quando leem, leem mal”, avalia. “Não estou falando só da geração nova, não. As livrarias estão cheias dessa não-literatura”, completa o autor de No fio da navalha, Na corda bamba e O confessor.
Em abril, ele começou a praticar um esporte para tentar desarticular esse panorama: todo dia abandona um livro em algum lugar da cidade, especialmente em locais que tenham grande circulação de pessoas, como a Praça do Ferreira e paradas de ônibus. Quando encontram, “as pessoas se sentem como se tivessem um bilhete premiado”.
Pelos cálculos dele, a biblioteca que tem em casa só deve se esgotar no final do ano. Já se foram pelo menos 40 exemplares entre Conan Doyle, O Dia do Coringa, Fernando Sabino, Rubem Braga e livros do amigo, o escritor cearense Jeff Peixoto.
“Dizem que isso é descaso com o livro. Mas maior descaso é o livro não realizar sua vocação de passar conhecimento”, acrescenta. Agora ele espera que a campanha “Livre o Mundo” ganhe adeptos.
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