Quem já conferiu a atuação de Marco Luque no palco sabe que vale a pena ver de novo. Os que irão pela primeira vez, certamente, vão gostar. É que a fórmula desse paranaense de 39 anos, para fazer rir não segura em velhas piadas, adaptadas a novas situações. Na verdade, são as novidades do cotidiano que dão mote para a gente rir do lado cômico da vida. A minha, a sua, a dele. Daí o nome da peça, "Tamo junto".
Na estrada com seu Stand Up desde 2009, Luque já levou aos teatros mais de 250 mil pessoas, dentre as 134 cidades que percorreu. E o teatro é apenas uma de suas múltiplas formas de expressão. Luque já foi locutor, dublou filmes, participou do seriado "Carga Pesada", da Globo, e atualmente faz sucesso como um dos mais populares apresentadores do CQC, na Band.
Também é criador de personagens hilários como o taxista "Silas Simplesmente" e o motoboy "JacksonFive" - que, aliás, acaba de ganhar um livro, o "Organismo pulsante", só com suas histórias.
Em "Tamo junto" Luque não apenas faz rir, mas mostra que é possível se reinventar e conseguir casas lotadas com o mesmo espetáculo há anos. Ele conta que o texto amadurece com as apresentações realizadas. "A gente vai achando o melhor tom, a melhor forma, o ´time´ exato da comédia e fora isso tem também o processo de continuação da piada".
Humor brasileiro
Parte de uma geração de humoristas que valoriza as piadas ácidas e conectadas com a realidade social brasileira, Luque considera que o humor atual reflete bem o que somos. "Mas precisamos tomar cuidado para que o politicamente correto não interfira e enfraqueça esta arte milenar que é o fazer rir", acrescenta.
Sobre a proliferação de grupos de humor na internet (onde há menos amarras e censura), o humorista ressalta que esse movimento torna possível levar a arte para pessoas que não podem ir ao teatro ou que moram em lugares distantes. "Quem sabe até a alcançar o mundo", completa.
No "CQC", onde o humor e o jornalismo se completam, não é difícil ver Luque colocar gente famosa em saia justa. Para ele, o limite de uma boa piada é relativo. "Cada um deve ver qual o seu limite e a arcar com as consequências. Se você ofende alguém, é grande a chance dessa pessoal procurar se defender na mesma proporção que tenha se sentido ofendido", diz.
Se de cara limpa o sucesso é garantido, Luque também não tem do que reclamar quanto à popularidade de seus personagens. O motoboy Jackson Five, assim como o Betonera, o Silas Simplesmente e o Mustafary, têm um pouco de sua personalidade, sim! "O mais legal é que cada um nasce de um jeito, as vezes reparando nas pessoas ao redor, ou algo que contenham elementos que me agradam. O Jackson Five tem maior reconhecimento por que já estou com ele há sete anos na rádio. São mais de 200 estórias e merecidamente ele ganhou o livro ´Organismo Pulsante´ que leva ilustrações feitas pelo Marco Luque, que sou eu. O livro tá bem legal".
E por falar em criação, ele conta quais os seus planos. "Na TV, continuo no ´CQC´, firme e forte. Acho que o programa ainda rende muitos anos pela frente. Estou na rádio, com o Jackson Five e tem a possibilidade de outros personagens migrarem pra lá. Também continuo trabalhando no meu aplicativo. Mais do que buscar novos projetos, acho que é importante consolidar o que tenho feito".
Mais informações
"Tamo junto"
Stand up com Marco Luque. Sexta (16) e sábado (17), às 21h. Domingo (18), às 20h. No Teatro do Shopping Via Sul (Av. Washington Soares, 4335 - 3° piso) Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia). Tel: (85) 3052-8027
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