Com 30 artistas selecionados e em torno de 60 obras, a mostra nacional do Salão de Abril é aberta hoje
Sem atrasos no cronograma previsto, a Mostra Nacional de Arte Contemporânea do Salão de Abril 2013, principal do evento, será aberta hoje, no Sobrado Dr. José Lourenço, com obras de 30 artistas selecionados por edital. O período de visitação segue até o 23 de novembro.
O grupo inclui nomes do Ceará, São Paulo, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Paraná, Brasília, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco e Mato Grosso do Sul, selecionados de um total de 811 inscritos.
A curadoria ficou a cargo do atual diretor-geral do Centro Cultural São Paulo, Ricardo Resende, para quem o conjunto de obras revelou-se um panorama instigante da arte contemporânea no País.
"No primeiro semestre deste ano houve uma polêmica sobre a importância do Salão, sua atualidade, se ele daria conta de representar a arte contemporânea nacional. Para nossa surpresa, houve mais de 800 inscritos, um número recorde para o evento, com uma diversidade interessante de linguagens e temas", avalia Resende. "Estão lá a videoarte, a pintura, desenho, gravura, e um conjunto amplo de temas", elogia o curador.
Cada um dos 30 artistas selecionados receberá prêmio no valor de R$ 3 mil. Durante a exposição, a comissão de seleção do Salão elegerá o vencedor, a quem será destinado prêmio de R$ 70 mil.
Ações
Para marcar a abertura da Mostra Nacional de Arte Contemporânea do Salão, uma programação acontece hoje ao longo do dia. Às 10 horas, em frente à entrada do Sobrado, haverá a performance Água Forte, com Amanda Melo.
Ao final da tarde, a partir das 17 horas, é a vez de uma das sala do equipamento receber a performance Paisagem Espinhal, com André Luiz Rodrigues Bezerra.
À noite, às 19 horas, é dado início à solenidade de abertura da Mostra. Logo em seguida, às 20 horas, o Passeio Público recebe a performance Cão, com o coletivo O Cão dos Infernos.
Discussão
Ontem, como parte da programação do Salão, foi realizado o seminário "Que Salão Queremos?", composto por dois painéis e voltado à discussão do fomento e da circulação das artes plásticas e visuais no Estado. Os encontros aconteceram no Teatro Antonieta Noronha e foram mediados por Resende.
Pela manhã, aconteceu o painel "Políticas Públicas para a Cultura", focado na relevância do modelo salão de exposição como política pública para as artes visuais. Foi composto pelo artista plástico Márcio Botner, sócio-fundador da galeria A Gentil Carioca; a coordenadora de artes visuais do Centro Cultural Banco do Nordeste - Fortaleza, Jacqueline Medeiros; e o artista e professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Herbert Rolim.
"Alguns tópicos emergiram muito fortes", ressalta Resende. Segundo o curador, entrou em pauta especialmente a questão de políticas que permitam expandir o impacto do salão (e outros possíveis eventos na área de cultura), que repercutam o ano todo, a partir de ações para além da programação, como residências, projetos de fomento à produção e circulação, apoio aos espaços alternativos. "São questões que ficam para refletir", resume Resende.
À tarde, foi a vez do painel "Que Salão Queremos?", especificamente voltado ao Salão de Abril, às alternativas a esse formato e aos modelos ideais de exposições. Foram convidados o diretor do Museu de Artes de Ribeirão Preto Pedro Manuel-Gismondi (MARP), Nilton Campos; o artista e professor da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Sérgio Romagnolo; e o artista Enrico Rocha.
Em abril, como parte da programação do Salão, foi realizada a exposição Após a Mostra Comemorativa "70x7 - Setenta obras, sete artistas", também no Sobrado Dr. José Lourenço, que reuniu obras de sete artistas significativos para a história da produção artística cearense: Sérvulo Esmeraldo, Hélio Rola, Eduardo Eloy, Jared Domício, Herbert Rolim (parnaibano há muitos anos residente em Fortaleza), Eduardo Frota e Francisco Zanazanan.
Trajetória
Lançado em 1943, por iniciativa da Secretaria de Cultura da União Estadual dos Estudantes (UEE), o Salão de Abril foi rapidamente encampado por artistas que atuavam na cidade nos anos 1940.
A partir da segunda edição, em 1946, a Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP) assumiu sua realização, aspecto que durou até 1958. O Salão de Abril surgiu, também, na esteira de uma movimentação artística iniciada com o grupo Padaria Espiritual.
A periodicidade das exposições, contudo, teve um hiato logo após as primeiras edições. Somente em 1964, quando a administração municipal assumiu a realização do evento, o mesmo voltou a assumir papel central na vida cultural da Capital. Neste ano, o evento completa 70 anos desde sua criação.
Mais informações
Abertura da Mostra Nacional de Arte Contemporânea do Salão de Abril 2013 - hoje, às 19h, no Sobrado Dr. José Lourenço (R. Maj. Facundo, 154, Centro). Contato: (85) 3101.8826. Programação no local a partir das 10h.
Selecionados
Ceará
João Bosco Lisboa de Morais
José Tarcísio Ramos
Márcio Bezerra de Melo Távora
Rian Fontenele Cunha
São Paulo
Amanda Melo da Mota Silveira
André Terayama Haguiuda
Daniel Siedi Murgel
Fernanda Figueiredo e Eduardo Matos
Gordana Manic
Gustavo Salvadori Ferro
Henrique de França Souza
James Seiji Kudo
Kátia Fernanda Fiera
Leonardo Bushtsky Mathias
Coletivo O Cão dos Infernos
Sidnei Carlos do Amaral
Vitor Mizael Rubinatti Dias
Rio Grande do Norte
André Luiz Rodrigues Bezerra
Paraná
Arthur Vicentini Tuoto
Carolina Panchoni
Distrito Federal
Camila Soato
Vírgilio de Barros Abreu Neto
Rio Grande do Sul
Dirnei Freire Prates
Fernanda Valadares de Sampaio Bastos
Bahia
Genival Pereira Mendes
José Raimundo Magalhães Rocha
Minas Gerais
João Teixeira Castilho
Pedro David Castello Branco
Pernambuco
José Bruno de Faria Neto
Mato Grosso do Sul
Priscilla de Paula Pessoa
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