Para intimidar os funcionários a não participar da greve que começa nesta quinta (19) a direção do Banco do Brasil voltou a apelar para práticas antissindicais. Em dois boletins publicados em seu site de negociação coletiva, sob os títulos "Convite para Reflexão" de 12/9 e "Transparência para o debate" de 16/9, o BB assedia os bancários a não participarem da greve e, reitera, sob o pretexto de prestar esclarecimento, que pode demitir por ato de gestão.
Em 2012, o banco usou a mesma estratégia e a Contraf-CUT, após duas audiências com o MPT - Ministério Público do Trabalho - em dezembro de 2012 e fevereiro de 2013 -, conseguiu que fosse aberto processo investigativo por suspeita de prática antissindical, tendo em vista o assédio e a perseguição sofrida pelos funcionários que participaram da greve, com cancelamentos de férias, descontos de dias parados, não previstos na convenção coletiva, dentre outras práticas antissindicais.
Diante de mais essa prática ilegal do BB, a Contraf -CUT vai encaminhar as novas denúncias ao MPT, anexando os boletins publicados nas últimas semanas às provas de 2012, para mostrar que o banco persiste na mesma conduta contra o direito de greve do trabalhador.
"A direção do banco não aprende mesmo a respeitar a democracia e o direito de greve. Nós denunciamos práticas antissindicais do BB após a greve de 2012 e o banco já ameaça de novo" ,critica William Mendes, secretário de formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.
"O banco prefere ameaçar seus funcionários no lugar de negociar com seriedade, propor melhorias no plano de função unilateral e prejudical ao funcionalismo, prefere ameaçar ao invés de acabar com a discriminação e propor uma mesa com prazo determinado para incluir todos os bancários na Cassi e na Previ e prefere assediar ao invés de atender às demandas econômicas e sociais, como aumento real, piso do Dieese, fim do assédio moral e das metas abusivas, contratar os concursados, melhores condições de saúde e trabalho, previdência e segurança bancária", afirma o representante dos trabalhadores.
Bancários do BB devem fortalecer a greve nacional
"Conclamamos que todos os colegas do BB participem fortemente da greve porque as reivindicações são justas e legítimas e os bancários merecem respeito. O banco passa semanas escrevendo maravilhas de que é o melhor lugar do mundo para se trabalhar, mas a realidade é adoecimento, descomissionamentos, pressão, assédio moral com dezenas de torpedos e cobranças violentas ao dia, falta absurda de funcionários, PSO sem a mínima condição de trabalho, reestruturações com ameaça de demissão e terceirização etc. Aonde é esse país das maravilhas que a direção do banco diz que existe?", critica William Mendes.
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