Mesmo abalado com os problemas envolvendo o Bon Jovi, Jon comandou domingo, em São Paulo, show curto de novas músicas e apenas alguns hits
Para quem acompanha o histórico de shows do Bon Jovi no Brasil, a apresentação do último domingo, 22, no Estádio do Morumbi, foi apenas boa. O público em geral, à espera da "grande canção da noite", pareceu não se importar tanto e formou um coro bonito, em meio ao frio e à chuva.
No entanto, a ausência de Richie Sambora e Tico Torres foram bastante sentidas. O guitarrista segue afastado desde abril após alegar "problemas pessoais" (o que pode significar suposta recaída ao alcoolismo ou desentendimentos com Jon). Há quem especule sobre até uma possível demissão, o que seria uma perda tremenda para o grupo, pois o músico faz a diferença com seus riffs e solos repletos de personalidade.Já o baterista emendou um problema de saúde atrás do outro. Dias atrás, foi operado às pressas de apendicite e, depois, retornou ao hospital para uma cirurgia de vesícula.
A noite foi aberta com show do Nickelback, que chegou ao palco com a música "Animals". O vocalista, Chad Kroeger, guiou a multidão como um mestre de cerimônias. Destaque final para o hit "How You Remind Me", cantado em uníssono pela multidão.
Meia hora depois, os telões mostravam imagens fazendo referência ao recém-lançado, "What About Now", novo disco do Bon Jovi, para, em seguida, Jon iniciar o show com "That´s What the Water Made Me". O vocalista subiu ao palco acompanhado pelo tecladista David Bryan, sendo os dois os únicos remanescentes da formação inicial.
Quem assumiu o lugar de Tico foi Rich Scannella, que já tocava com Jon em um projeto paralelo ao Bon Jovi. Completando o time, Phil X (ex-Triumph), pela segunda vez, substituindo Sambora (em 2011, ele fez 11 shows no posto do guitarrista oficial, que estava na rehab) e o baixista Hugh McDonald, que toca no Bon Jovi desde 1994, mas nunca foi oficialmente efetivado.
A banda seguiu set list semelhante ao da performance da sexta, dia 20, no Rock in Rio. Enquanto no festival o público se incomodou com o excesso de canções desconhecidas, em São Paulo, com a plateia toda sua, o Bon Jovi ficou à vontade para extravasar as composições do álbum inédito "What about now", além de outras faixas da fase mais recente. O coro seguiu forte, mas, a partir do momento em que perceberam que o show seria de poucos hits, os fãs começaram a se incomodar. Faixas e cartazes com pedidos especiais de músicas como "These Days", "Always" e "I´ll be there for you" surgiam a todo o momento.
Carismático
Jon, conhecido por fazer bom uso de sua fama de galã e não economizar em caras e bocas, além das piscadelas para a ala feminina entrar em delírio, foi mais além no domingo. Estava extremamente simpático e bem-humorado e disse frases de efeito como "o show de São Paulo está bem melhor do que o do Rio"; "estava com saudades do Brasil" e, a mais aplaudida, "eu voltei porque gosto de ouvir os gritos das mulheres brasileiras", bem parecido com o que falou na Cidade Maravilhosa: "as brasileiras vão me dar problemas...".
Tentando disfarçar?
A impressão é que o frontman tentava puxar para si todas as atenções do show, possivelmente uma forma de tirar o foco do desfalque da banda e dos problemas no som, que oscilou bastante. Além disso, o tecladista David Bryan nunca foi tão valorizado e sua imagem, a todo instante, ganhava o telão principal. Em certa hora, Jon comentou que este ano não tem sido fácil para ele e para o grupo.
"Passamos por muitas situações difíceis, peço a vocês que orem pelo Tico. Temos que superar e seguir em frente", declarou, para, em seguida emendar com a clássica "Keep The Faith". Nesta, o bom solo de guitarra de Phil X mostrou chance de emplacar na banda, caso a confusão com Sambora não se resolva.
Como o Bon Jovi sempre vai ser sinônimo de romantismo, um rapaz pediu a namorada em casamento quando a banda tocou "You Want to) Make a Memory", possivelmente a parte mais emocionante da apresentação, não pelo show propriamente dito e sim pela atitude do apaixonado. Jon não viu o que acontecia, mas nessa hora toda a pista Premium gritou e aplaudiu o casal.
A chuva que atrapalhou o público desde o show do Nickelback ficou ainda maior quando o vocalista cantou "Wanted Dead or Alive", mas os fãs não ligaram e ajudaram o frontman durante toda a noite. Ajudar mesmo, no sentido de colaborar e dar suporte, já que, em algumas faixas, como em "Runaway", Jon não encarou forçar a voz. "Have a Nice Day" e "Livin´ on a Prayer" fecharam a primeira parte da apresentação.
Bis deixa a desejar...
Na volta, o músico fez uma ótima versão de "Oh, Pretty Woman" (Roy Orbison) e cantou o hit "Born to Be My Baby", que não fez parte do set list do Rock in Rio. Com apenas duas horas e 15 minutos de show, a banda se despedia, deixando um vácuo, pois todos esperavam pelo menos três horas de apresentação.
Em meio ao temporal que já se instalava, fãs ávidos não saíam de frente do palco, ansiando por mais um "bis". Dessa vez, a famosa "Always" ficou de fora, possivelmente porque, na sexta, o vocalista não conseguiu levá-la até o final. Quem esperava outras surpresas, como uma nova fã sendo beijada por Jon, assim como no Rio, saiu frustrado.
Nesse caso, toda a ala feminina, pois, desde a fila para entrar no Estádio, só o que a mulherada falava era: "quem Jon vai beijar hoje? Espero que seja eu!". Talvez ele tenha se assustado com a repercussão do acontecimento de sexta e com o grande número de cartazes no domingo dizendo "choose me, kiss my lips" (me escolhe, beije meus lábios).
Cearenses no show
Fã do Bon Jovi há 25 anos, o cearense Adriano Muniz realizou o sonho de assistir a banda ao vivo: "Foi o primeiro show de muitos!". A esposa Sabrina Lima, carioca que mora em Fortaleza há 18 anos, se tornou ainda mais fã do grupo por influência do marido. "Achei que, mesmo sem o Tico e o Richie, a banda conseguiu dar um espetáculo no palco. E o Jon continua lindo demais (risos)", disse.
O advogado cearense Vitor Ramos Eduardo e a paraense Clarissa Martins também viam pela primeira vez a apresentação do Bon Jovi. Os noivos elegeram a música "Born to be my baby" entre os melhores momentos da noite. A cearense Karen Carvalho, de 15 anos, pagou o ingresso vip (com direito a merchandising especial da banda) e definiu o show "simplesmente perfeito". "Claro que a gente sente falta do Richie nos solos e do Tico na bateria, mas os substitutos se esforçaram bastante. Valeu muito a pena, mesmo com a chuva forte".
Set list
Bon Jovi em São Paulo
"That´s What the Water Made Me"
"You Give Love a Bad Name"
"Raise Your Hands"
"Runaway"
"Lost Highway"
"Whole Lot of Leavin"
"It´s My Life"
"Because We Can"
"What About Now"
"We Got It Goin´ On"
"Keep the Faith"
"(You Want to) Make a Memory"
"Captain Crash & the Beauty Queen From Mars"
"We Weren´t Born to Follow"
"Who Says You Can´t Go Home"
"I´ll Sleep When I´m Dead"
"Bad Medicine"
Bis
"Wanted Dead or Alive"
"Have a Nice Day"
"Livin´ on a Prayer"
Bis 2
"Oh, Pretty Woman" (Roy Orbison)
"Born to Be My Baby"
Show
Valores de ingressos divulgados
Desde que foi anunciado show do hispter mais cool da música, o americano Devendra Banhart, em Fortaleza, os cearenses andam meio agitados para saber sobre as vendas dos ingressos. Pois, vamos lá: as entradas para a apresentação do artista, que acontece no dia 16 de novembro (sábado), no Órbita Bar, começaram ontem.
Até o fechamento da coluna, o valor divulgado da entrada individual foi de R$ 60 (primeiro lote/meia entrada) e está disponível à venda no site Bilheteria Virtual (http://www.bilheteriavirtual.com.br/).
O cantor está de volta ao Brasil na turnê promocional do disco "Mala", o oitavo de sua carreira. Devendra também confirmou presença em São Paulo (13, uma quarta-feira) e Porto Alegre (18, segunda).
Na terrinha, a apresentação é uma parceria entre o Popload Gig (SP), que assina a tour nacional, e o Órbita Bar.
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