O músico pernambucano Alceu Valença apresenta seus maiores sucessos em show, amanhã, no Centro Dragão do Mar. Em entrevista, ele conta seus vários planos para 2014 que incluem o lançamento de um filme
Um roteiro musical e sentimental a partir de sua trajetória, interpretando canções que escreveu e cantou pelas ruas de cidades e países por onde tem andado em sua carreira. Assim será o show do cantor e compositor Alceu Valença, que amanhã (02) apresenta-se na Praça Verde do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.
Em entrevista exclusiva ao O POVO, Alceu fala do show, das influências de sua música, dos parceiros e antecipa seus planos para 2014. Em janeiro, ele viaja para a Europa e, na volta, lança disco inédito. Lança ainda um DVD e um filme em que ele assina o roteiro e trilha sonora inédita, atua e dirige.
O POVO - O que traz de novo esse show em Fortaleza?
Alceu Valença – É o show acústico, que venho fazendo desde o início do ano. Sou eu com meu violão, acompanhado pelo violão de aço de Paulo Rafael e a sanfona de André Julião. Além dos meus grandes sucessos – “Tropicana”, “Anunciação”, “Belle du Jour”, “Táxi Lunar”, “Cavalo de Pau”, “Coração Bobo” – neste show tenho a oportunidade de apresentar músicas menos conhecidas , como “Íris” e “Apoena”. O show tem um clima intimista.
OP - Você é nordestino e o rock e o forró tiveram uma forte influência na sua carreira. Que importância esses dois estilos têm na sua vida?
Alceu - Sou de São Bento do Una, no agreste de Pernambuco, e cresci escutando in loco as matrizes da música que Luiz Gonzaga consagrou em sua época. Desde menino, convivi com a arte dos aboiadores, dos cantadores, violeiros, cordelistas, cegos de feira e isso é muito presente na minha obra. Portanto, expressões como o forró, o baião, o xaxado, o chamego, a toada, o rojão, o coco, entre muitos outros, fazem parte da minha constituição como artista e como pessoa. Já o rock é uma outra coisa. Certa vez, um jornalista americano definiu minha música como “um rock que não é rock”. O próprio Gonzaga uma vez me disse que meu som era como “uma banda de pífanos elétrica”. As melodias e as células rítmicas estão diretamente ligadas à música brasileira. É tudo uma questão de timbre e intensidade.
OP - O seu primeiro disco é dividido com o cantor e compositor Geraldo Azevedo. Ele estará em Fortaleza este fim de semana. Existe possibilidade de vocês cantarem juntos?
Alceu – Geraldinho é meu amigo, irmão, compadre, parceiro querido. Foi um dos primeiros a me incentivar para que eu seguisse a carreira artística. Nos conhecemos no Rio, em 1970, dois anos depois gravamos o disco Quadrafônico e, em seguida, participamos juntos do filme A Noite do Espantalho, de Sergio Ricardo. Possuímos uma amizade sólida, de mais de quarenta anos. Somos parceiros em músicas como “Talismã” e “Táxi Lunar” (esta também com Zé Ramalho). Mas não sei se será possível nos encontrarmos em Fortaleza.
OP- Como estão os preparativos para o Carnaval de 2014?
Alceu – A expectativa é de um 2014 de muitos projetos. Em janeiro, devo fazer shows pela Europa. Na volta, lanço um disco inédito, voltado para os gêneros do carnaval pernambucano. Ainda no primeiro semestre, lanço um DVD com o concerto das “Valencianas”, gravado ao vivo, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte. E lanço também meu filme, A Luneta do Tempo, que escrevi ao longo de doze anos, onde roteirizei, dirigi, atuei e para o qual compus canções inéditas.
OP - Existe uma crítica com relação à comercialização do Carnaval do Rio. Você enxerga essa mesma questão em Olinda?
Alceu – Nunca fui tradicionalista, mas respeito demais as tradições. No período de carnaval, meus shows são totalmente focados nos gêneros que constituem a folia pernambucana. Acrescento um naipe de metais à banda que me acompanha e interpreto exatamente aqueles estilos aos quais dedico meu próximo disco: os frevos, maracatus, caboclinhos e cirandas, surgidos no litoral e na zona da mata. Percebo que o Brasil precisa de mais curadoria, precisa recuperar sua trilha sonora, tantas vezes diluída em nome de modismos ou de conveniências comerciais. Costumo dizer que me sinto como um espelho do meu povo. Eu me reconheço nele e ele se reconhece em mim. O carnaval de Olinda continua a ser uma festa de rua espontânea, onde as pessoas se fantasiam nos blocos, nos cordões, expressando toda a criatividade e a grandeza do povo nordestino. Nenhum comercialismo é capaz de arrefecer a força desta identidade.
PARCEIRO
Geraldo Azevedo faz show hoje no BNB
Parceiro de Alceu Valença desde seu primeiro disco, com quem tem uma sólida amizade, o cantor e compositor Geraldo Azevedo também faz show em Fortaleza este final de semana. Na noite de hoje (1°/11), a partir das 23 horas, ele sobe ao palco do BNB Clube para matar a saudade dos fãs com seus grandes sucessos.
Geraldo Azevedo será acompanhado dos músicos Valmyr Silva e Sérgio Felipe. O evento também contará com a participação musical de artistas cearenses. Antes de Geraldo Azevedo iniciar seu show, o cantor e compositor Chico Pio cantará suas músicas, a partir de 21 horas. A noite será encerrada por David Duarte.
SERVIÇO
Show com Alceu Valença
Onde: Praça Verde do Centro Dragão do Mar
Quando: amanhã (2/11), às 21 horas
Quanto: Inteira (R$ 80,00) | Meia (R$ 40,00) | Ingressos à venda nas lojas Esposende, localizadas no Shopping Iguatemi e no Centro (rua Barão do Rio Branco, 1110) ou pelo site: www.bilheteriavirtual.com
Mais informações: 3261.0665
Show com Geraldo Azevedo
Onde: BNB Clube, localizado na avenida Santos Dumont, 3646 – Aldeota
Quando: hoje (01/11), a partir das 21 horas
Quanto: Mesa VIP: R$ 320,00 (não sócio) e R$ 240,00 (sócio)
Mesa normal: R$ 280,00 (não sócio) e R$ 210,00 (sócio) |
Vendas na Central de Atendimento do BNB Clube, de segunda a sexta, de 8 às 20 horas
Mais informações: 4006.7200 | 4006.7203
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