Acervo da exposição "Trajetórias - Arte brasileira na Coleção Fundação Edson Queiroz" rivaliza com obras dos melhores museus do Brasil. A mostra que segue em cartaz no Espaço Cultural Unifor até março do próximo ano. Desde o seu lançamento, a exposição repercutiu em mídias nacionais, que ressaltam a abrangência da coleção e a qualidade de suas obras. Comemora-se, também, a ida da mostra para São Paulo, onde ocupará a Pinacoteca do Estado de São Paulo - a data de estreia e o período que ficará no tradicional espaço paulistano ainda não foram divulgados.
A reportagem do Estadão mantém o foco na relevância da coleção da Fundação Edson Queiroz para a memória das artes brasileiras, reforçando o caráter panorâmico do acervo e a preciosidade de algumas obras. "A ação colecionista do empresário Airton Queiroz, chanceler da Universidade de Fortaleza (Unifor), já foi comparada pelo crítico capixaba Paulo Herkenhoff à seleção rigorosa de alguns museus de São Paulo e ao Instituto Cultural Inhotim, em Minas Gerais", revela o texto da reportagem.
A matéria com o título "Uma coleção de raridades" ainda destaca que o acervo da Unifor só é superado por dois museus de universidades públicas, o D. João VI da UFRJ e o Museu de Arte Contemporânea, da USP. É o mais importante mantido por uma universidade privada no País.
A matéria do O Estado de S. Paulo revela os caminhos percorridos pela coleção. Após reunir obras importantes dos principais nomes do Modernismo (movimento iniciado com a aquisição de um tríptico do pintor cearense Antonio Bandeira, 1922-1967, o primeiro item da coleção), o acervo passou a abranger seu olhar sob a arte brasileira, do século XIX até a contemporaneidade. Atualmente, a coleção volta sua atenção para pintores viajantes, que retrataram uma nação ainda em formação, caso de Rugendas, Taunay e Frans Post.
Um dos pontos altos da exposição, citado na matéria do Estadão, é o segmento dedicado a Volpi (1896-1988). "A coleção tem um dos mais preciosos exemplares dos anos 1940, quando o pintor trocou o óleo pela têmpera. ´Casario do Cambuci´ é um dos derradeiros exemplos em óleo do mestre".
Em matéria publicada na edição de novembro da revista Casa Vogue, de circulação nacional, na seção "Gente de coleção", é revelado que o acervo montado pelo chanceler Airton Queiroz é considerado um dos 15 mais importantes do País. São destacadas obras em cartaz na Unifor, como "Chorão ou a respeito do Kuka", de Wesley Duke Lee; e "Duas Amigas", de Lasar Segall.
Já a revista Arte! Brasileiros (edição de novembro/dezembro 2013), uma das mais importantes publicações de arte no Brasil, a exposição é tema de uma ampla reportagem, intitulada "Imponente Coleção", que detalha seus núcleos e principais artistas. O núcleo "Modernismo" é citado como um dos mais exuberantes da coleção. "A Invenção do Ceará" é vista como uma parcela enriquecedora da construção do imaginário nordestino. Em todas as reportagens, ressalta-se a preocupação do chanceler Airton Queiroz em garantir a preservação e a ampliação do acervo.
Panorama
A exposição "Trajetórias" foi idealizada para comemorar o 40º aniversário de fundação da Unifor. Ao todo, 252 peças que integram o acervo da Fundação Edson Queiroz compõem a mostra. Candido Portinari, Anita Malfatti, Burle Marx, Di Cavalcanti, Samson Flexor, Lasar Segall, Alfredo Volpi e Antonio Bandeira são alguns dos grandes nomes presentes na coleção e na coletiva, registrada em catálogo.
A curadoria é de Paulo Herkenhoff, um dos principais críticos de arte e curadores do Brasil, que já trabalhou em instituições como o Museu de Arte Moderna de Nova York e o Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro), além de ter estado à frente da mais marcante edição da história recente da Bienal de São Paulo, em 1998, dedicada à antropofagia, um dos temas caros ao modernismo brasileiro. O projeto também conta o trabalho do curador-adjunto Marcelo Campos, professor da Uerj.
Além de celebrar a data, "Trajetórias", que está dividida por escolas, tendências e temas, constitui uma grande oportunidade para reflexão sobre o significado da Unifor e seu espaço expositivo.
A Fundação Edson Queiroz construiu um acervo de arte brasileira do século XX cujo valor ultrapassa a qualidade intrínseca das obras, ao residir também no significado articulado entre elas. Nesse sentido, o chanceler Airton Queiroz compreende que coleções públicas de arte promovem a conversão do capital financeiro em capital simbólico, fato que a Unifor eleva exemplarmente à esfera pública.
Mais informações:
Exposição "Trajetórias - Arte brasileira na Coleção Fundação Edson Queiroz", no Espaço Cultural Unifor (Av. Washington Soares, 1321, Edson Queiroz). Aberta à visitação de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, sábados e domingos, das 10h às 18h. Estacionamento no local. Contato: (85) 3477.3319
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