O filme "O Hobbit - a desolação de Smaug" estreia na madrugada de hoje para amanhã e segue a jornada dos anões para reconquistar seu lar. Mais sombrio, é esperado ansiosamente pelos fãs
A busca por Erebor, "o reino sob-a-montanha", que tempos atrás foi tomado pelo temível dragão de nome Smaug, é o objetivo principal da sequência do longa "Uma jornada inesperada".
Para tanto, muita ação se desenrola durante as quase três horas de projeção de "O Hobbit - a desolação de Smaug". O filme está mais sombrio e capricha no efeito surround. Prepare-se para ser tomado por sons e vozes, tendo uma sensação de realmente estar ali participando ativamente da saga dos anões. Daí a importância de conferir a história no cinema.
Na parte da trilha sonora, os temas dos hobbits e do "Um Anel" continuam predominantes, mas a grande novidade é o primoroso trabalho de mixagem sonora. E tem mais. O visual continua esplendoroso (especialmente a arquitetura élfica) e o 3D é caprichado, daqueles poucos que realmente fazem valer a pena gastar mais dinheiro com o ingresso.
Quanto aos personagens, os fãs dos livros de JRR Tolkien entrevistados pela TeenAge, integrantes do grupo Toca-CE (Sub-sede do Conselho Branco - Sociedade Tolkien de estudos das obras do escritor sul africano), contam que esperam bastante para ver como o diretor Peter Jackson e equipe irão dar vida ao dragão Smaug (que ganha voz de Benedict Cumberbatch, considerado rei nerd do momento).
Estão ainda ansiosos para ver na telona o retorno do elfo Legolas (Orlando Bloom), além de conhecer o seu pai Thranduil (Lee Pace); o famoso homem-urso Beorn (Michael Persbrandt); a elfa criada especificamente para o filme, Tauriel (Evangeline Lilly, em sua versão ruiva) e o arqueiro Bard (Luke Evans), o qual vira uma espécie de revolucionário contra a opressão do Mestre da Cidade do Lago (Stephen Fry)e seus asseclas.
Expectativa forte ainda para a cena de ação que envolve o bando de anões descendo as cataratas em um barril. E o clímax deve vir quando Smaug, o Magnífico, surgir, enchendo os olhos e movendo-se com peso e ameaça, em um cenário detalhado.
Em Erebor, a montanha dos anões é espetacular - e seria tudo perfeito se não fosse a interrupção do filme, que continua apenas no ano de 2014, com "O Hobbit - Lá e de Volta Outra Vez".
É Rodrigo Passolargo, 27 anos, membro, do Toca-CE, que explica um pouco o desenrolar da história e dos valores dos personagens. "À medida que eles vão se aproximando da Montanha Solitária, a jornada vai ficando mais sombria, pois até no livro (e nos apêndices em ´O Senhor dos Anéis´, também utilizados para roteirizar o filme) as trevas estão ali. E as trevas trazem dificuldades e afloram sentimentos ruins. Alguns personagens e povos vão estar mais propícios às ganâncias, principalmente se tratando das riquezas escondidas e tomadas pelo dragão Smaug. Mas ali se pode fazer luz também, e a questão da superação e de encontrar o verdadeiro valor nas puras virtudes humanas em meio à escuridão é onde a obra se intensifica", analisa.
Pelo lado mais escuro de "A Desolação de Smaug", tem quem o compare às "Duas Torres". Sim, existe humor, mas as cenas de perigo estão mais sérias e até a fotografia é mais azulada e menos colorida do que anteriormente. E os fãs esperam fidelidade em relação ao livro escrito por Tolkien? Quanto à relação literatura x adaptação para o cinema, eles possuem uma reflexão e tanto.
"Enquanto o livro atrai pela sua profundidade, o filme o faz com o movimento. Esperamos que o aspecto e o objetivo da jornada continuem fieis à obra, mas sabemos que uma adaptação 100% não é válida. O público que leu o livro deseja vê-lo todo na tela. Notando falta de uma cena ou de um personagem sem importância, alguns ficam contra. Uns se dizem defensores da obra deste ou daquele escritor, e diante duma adaptação reagem de diferentes maneiras. A verdade é que certas adaptações ao pé da letra, fidelíssimas, são péssimas", reflete o Toca-CE.
Em seguida, o grupo acrescenta sobre Tolkien: "Ele escreveu um livro e não um roteiro de cinema ou TV. Precisa haver adaptação, uma forma de contar para a tela, na linguagem e especificidade que ela determina. Isso implica em mudar algumas coisas como ordem de cenas, alongar certas sequências, resumir diálogos, valorizar ou não personagens, eliminar excessos e acentuar as linhas de convergências para o final", conclui.
"A Desolação de Smaug" Razões para ver o filme
Benedict Cumberbatch: é a voz do dragão Smaug. Fora que ele é o rei nerd do ano de 2013, ganhando destaque no filme "Star Trek - Além da Escuridão" e como estrela da série "Sherlock".
Thranduil: para provar que a beleza imortal corre nas veias da família Greenleaf/Folha Verde (Thranduil é o pai de Legolas, além de Rei dos Elfos), os produtores convocaram o ator Lee Pace, mais conhecido por sua participação na série "Pushing Daisies".
Dragão Smaug: esta é a primeira vez que realmente veremos o dragão, um dos personagens centrais do livro de JRR Tolkien.
Mais ação: a nova aventura está muito mais rápida do que a primeira parte, "Uma Viagem Inesperada".
|