Apesar de estar aberto há 4 meses, calendário do Centro Cultural Banco do Nordeste ainda passa por ajustes
Em outubro de 2011, o Edifício Raul Barbosa, localizado na Rua Floriano Peixoto, foi vendido pelo Banco do Nordeste por R$ 10 milhões à Justiça Federal. Começava então uma indefinição quanto ao destino do Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB) que só seria finalizada em julho de 2013, quando foi anunciada oficialmente a transferência do equipamento para o Centro de Referência do Professor, na Rua Conde D´Eu.
Apesar de ter passado oficialmente dois meses fechado, a programação do local foi minguando desde o fim de 2012, com programas suspensos e uma exposição encerrada antes do tempo. Reinaugurado em setembro de 2013 e mantido no Centro da capital cearense, o centro cultural ainda passa por desafios na programação, que devem começar a ser superados em fevereiro deste ano, quando as atividades culturais voltam a ser diárias na nova sede do centro. Até o mês de janeiro, muitas atividades do CCBNB aconteceram em locais externos, algo que deve ser reduzido a partir do próximo mês. "Consideramos os últimos meses como uma fase de teste e de adaptação ao novo equipamento", afirma Jacqueline Medeiros, gerente executiva do CCBNB.O orçamento para 2014, segundo a gerente, continua o mesmo do ano passado: em torno de R$ 4 milhões. A primeira retomada da programação anunciada pelo centro é a volta, nos próximos dias 21 e 28 de fevereiro, do programa Rock Cordel, versão mensal do festival que reúne diversas bandas do cenário roqueiro cearense. Entretanto, o festival com o mesmo nome - realizado anualmente - continua com data indefinida. "Normalmente realizamos o Festival Rock Cordel em meses de férias, pois a maioria do público é jovem e estuda. Mas devido à Copa do Mundo, ficou inviável acontecer no mês de junho. Estudamos fazer o festival em julho ou antes da Copa", diz Jacqueline Medeiros.
Outros eventos com grande apelo de público que ainda serão realizados no local, segundo a gerente, são o Festival BNB de Artes Cênicas, realizado em março em alusão ao Dia do Teatro, e o Agosto das Artes, que este ano deve fazer uma ponte entre trabalhos de artistas urbanos das cidades de Juazeiro do Norte, Fortaleza e São Paulo.
Ambos aguardam aprovação no Ministério da Cultura para aplicação da Lei Rouanet e a seguinte captação dos recursos por parte da produtora do evento. "O Banco do Nordeste vai entrar com boa parte da captação", garante Jacqueline.Outro principal atrativo de público deverá voltar a funcionar também no final de fevereiro: a biblioteca. Enquanto isso, poucos programas preenchem a programação da sede do centro cultural, como Cine Clube - às terças -, Sábado Hip Hop, Percursos Urbanos e outras ações voltadas ao público infantil. Outra atividade constante foram as exposições, iniciadas logo após a inauguração do local.
Edital
Mas como a programação diário do CCBNB vai ser preenchida se o edital 2013/2014 lançado pela instituição selecionava apenas para os centros de Cariri e Sousa (PB)?
"Artistas contemplados no edital de 2012 e que ficaram para depois vão subir ao palco nesse período", pontua a gerente executiva do equipamento cultural. As datas ainda serão discutidas com os artistas, após a verificação da disponibilidade (ou o desejo) de apresentação.
Caso ainda sobre brechas na agenda cultural, artistas contemplados pelo edital 2013/2014 poderão ter datas acrescentadas para se apresentarem em Fortaleza, segundo Jacqueline.
O próximo edital, que contemplará a programação para os três centros, será lançado apenas em setembro deste ano. "O edital é responsável por 90% da programação. Aqueles projetos ou áreas que não têm mais vagas no edital poderão ser convidados", explica Jacqueline.
Público
Segundo a gerente executiva, cerca de 1.855 pessoas frequentaram a nova sede do CCBNB no mês de dezembro.
O número é abaixo da média mensal de 2012, último ano do centro cultural no antigo prédio, que foi de 2.822 pessoas, incluindo a programação realizada em outros locais. No ano anterior à mudança de sede, o pico de público do centro cultural foi de 2.816 pessoas em outubro, mês comemorativo do Dia das Crianças. O número é bem maior se for considerado o público que foi ao Cultural Reggae Festival realizado pelo CCBNB no Centro Dragão do Mar, atraindo mais 8.585 frequentadores.
Questionada se a mudança de sede do centro cultural faria com que o equipamento precisasse "reconquistar" o público, Jacqueline Rocha acredita que os frequentadores deverão voltar ao local com a retomada da pauta e a divulgação da programação. "O programa está voltando à normalidade, seria muito mais fazer com que eles (público) saiba que o equipamento está funcionando", assevera.
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