Cine clube da Vila das Artes realiza mostra priorizando cineastas de renome mundial no gênero ficção
Ingmar Bergman, Mário Peixoto, Frank Capra, Edgard Navarro, John Ford, Carlos Reichenbach, Sydney Pollack. Os nomes dos realizadores carregam o peso de trajetórias distintas, em gêneros diferenciados, mas que culminaram na mesma alcunha: clássicos do cinema de ficção.
Durante as quartas-feiras de fevereiro e março, a partir de hoje, o Cineclube da Vila das Artes promove a mostra "De Bergman a Edgar Navarro, um passeio por clássicos". A seleção traz sete filmes que transitam por diferentes modos de narrar e de encarar a sétima arte. Um dos objetivos é a formação de plateia para produções e produtores que contribuíram para o cinema que temos atualmente.
"É um diálogo entre cinemas diferentes, mas que se aproximam em algumas linguagens. Esses são cineastas que precisam sempre ser vistos", acredita Rúbia Medeiros, coordenadora da Escola Pública de Audiovisual, responsável pela curadoria A entrada é gratuita.
A primeira obra contemplada é "Limite" (1931), considerada um clássico do cinema mudo e exemplo do experimentalismo brasileiro de Mário Peixoto.
No enredo, duas mulheres e um homem relembram acontecimentos do passado que os levaram a ficar à deriva em um pequeno barco: uma delas escapou da prisão, mas sentia-se enclausurada pelo trabalho monótono; a outra abandona o casamento opressor com o marido bêbado e fracassado; e o homem, após perder a amante, descobre que ela tinha o que à época era chamado de lepra.
Outros dois brasileiros também terão espaço. No dia 12 de março, é a vez do drama "Alma Corsária" (1993), de Carlos Reichenbach, filme carregado por liberdade ambientado na noite de lançamento de um livro de poesias escrito a quatro mãos. Nela se desenlaçam explicações e lembranças de como os protagonistas e seus curiosos convidados se conheceram.
Já "O Homem que não Dormia" (2011), película experimental de Edgard Navarro, encerra a programação no dia 26 de março. O filme retrata a vida em um vilarejo onde cinco habitantes foram perturbados na mesma noite por um pesadelo envolvendo um homem sinistro e um tesouro enterrado, após a chegada de um misterioso peregrino.
Diretores
Outro destaque é "Mônica e o Desejo" (1953), o mais famoso e influente dos primeiros filmes do sueco Ingmar Bergman, a ser exibido na última quarta deste mês. Permeado por um erotismo sincero e juvenil, o filme fez da atriz principal, Harriet Andersson, um sex symbol da época.
A trama conta o romance de Harry e Mônica, dois jovens apaixonados cujo amor é condenado por conta da idade. As ilhas de Estocolmo se mostram o destino ideal para a fuga do casal em uma idílica viagem de barco.
Para além do drama e do experimentalismo, a mostra também traz exemplos de clássicos do western e até da comédia romântica. "Aconteceu Naquela Noite" (1934), dirigido por Frank Capra, conquistou os cinco Oscars mais importantes (filme, diretor, ator, atriz e roteiro) e é até hoje inspiração para comédias.
Na semana seguinte é a vez de "Rastros de Ódio" (1956), de John Ford, em que o veterano da guerra civil americana Ethan Edwards chega ao Texas para reencontrar o irmão e a família. Contudo, o rancho onde todos vivem é invadido por índios, que executam os parentes do protagonista e raptam sua sobrinha, por quem Ethan parte em uma longa busca pelo do deserto.
Mais informações
Cineclube Vila das Artes
Todas as quartas de fevereiro e março, às 18h30, na Vila das Artes (Rua 24 de Maio, 1221, Centro). Contato: (85) 3252.1444
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