Ocupação do Complexo do Alemão, em 2010, ganha versão cinematográfica pelas mãos de José Eduardo Belmonte. Caio Blat e Cauã Reymond são destaque em “Alemão”
Tendo como pano de fundo a ocupação do Complexo do Alemão, fato que marcou noticiários do Brasil inteiro no ano de 2010, “Alemão”, novo filme de José Eduardo Belmonte (“Se nada mais der certo”, 2008), ficcionaliza a difícil e perigosa operação policial de pacificação do local, uma das áreas mais violentas do Rio de Janeiro.
A trama foi escrita por Gabriel Martins e traz cinco policiais que fazem parte da operação secreta e estão infiltrados na comunidade. Eles desenvolvem um plano de invasão para a instalação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). A tensão se dá quando, a apenas dois dias da ocupação, eles são pegos e tem suas identidades reveladas pelo chefe do tráfico.
Cauã Reymond, que anda bem na fita interpretando personagens de destaque na TV brasileira, foi escalado para interpretar o poderoso bandido Playboy, que comanda as bocas de fumo. Para o vilão, que diz querer proteger a comunidade, caçar os policiais vira uma questão de honra. E, ele não irá descansar enquanto não descobrir as identidades dos infiltrados.
Os atores Caio Blat (Samuel), Milhem Cortaz (Branco), Gabriel Braga Nunes (Danielo), Otávio Muller (Doca) e Marcelo Melo (Carlinhos) estão entre os agentes. Antônio Fagundes é Valadares, o delegado responsável por comandar a operação.
O elenco também abre espaço para vários moradores da comunidade, como é o caso do MC Smith, que morou perto do Complexo do Alemão e se destacou no papel de um traficante.
Produção
O longa foi gravado entre março e abril do ano passado. As filmagens aconteceram no próprio Alemão e nas comunidades de Rio das Pedras e Chapéu Mangueira.
Para tornar a trama o mais real possível, o elenco passou 18 dias em várias comunidades. Para compor a trama, Eduardo Belmonte acabou usando o recurso de misturar cenas da dramaturgia com registros reais da época, procurando integrar o máximo dos fatos vistos pelo público e pela própria comunidade.
O produtor Rodrigo Teixeira, que pensou no argumento ainda em 2010, durante a ocupação real do Alemão, imaginou inicialmente um longa-metragem com bastante cenas de ação, tiroteios em becos da favela e muita tensão, claro.
Mas, como ainda é difícil ter produções brasileiras com o orçamento das hollywoodianas, ele acabou optando por um filme mais ao estilo intimista de “12 Angry Men”, onde membros de um júri ficam confinados numa sala de deliberação. No fim, o thriller cheio de suspense acabou sendo orçado em cerca de R$ 4 milhões e promete um final surpreendente.
Para divulgação, “Alemão” ganhou algumas tiras em forma de quadrinhos produzidos pela agência Moonstro em parceria com o Estúdio Colletivo. Elas mostram situações que serão vistas na produção cinematográfica, quase como um storyboard.
Ação
À toda velocidade
Ação é o que não vai faltar em “Need for Speed-O filme”. O longa, dirigido por Scott Waugh, é inspirado no jogo de videogame de mesmo nome e conta a história de Tobey Marshall (Aaron Paul), um mecânico que herdou do pai uma oficina onde, juntamente com sua equipe, modifica carros para que se tornem mais rápidos. Nas horas vagas, também participa de rachas.
Um dia, o ex-piloto da Fórmula Indy Dino Brewster (Dominic West) o procura para trabalhar em um Mustang desenvolvido por um gênio da mecânica já falecido. Apesar das divergências entre eles, Tobey aceita. A velha rixa entre eles faz com que disputem um último racha, do qual Pete (Harrison Gilbertson), grande amigo de Tobey, também participa. Com a morte de Pete no fim da corrida, Tobey é considerado culpado pela tragédia e passa dois anos na prisão.
Após ser solto, o ex-presidiário irá atravessar os Estados Unidos, indo de Nova York à Califórnia de carro (em alta velocidade, claro), em apenas 45 horas, com toda a sede vingança, prometendo não deixar barato para Dino.
No maior estilo “Velozes e Furiosos” (visualmente o um filme lembra bastante o outro, embora a premissa seja diferente), a produção aposta em cenas épicas protagonizadas pelo astro de “Bracking Bad”, com muitos carros voando e pegando fogo pelas estradas americanas.
Não poderia faltar claro, uma boa perseguição da polícia e um romance ardente com a bela Julia (Imogen Poots).
Polêmico
Segunda parte do drama sexual
Com suas quatro horas de duração (seriam cinco), “Ninfomaníaca”, de Lars Von Trier, teve de ser divido em duas partes. A primeira, com estreia no início de 2014. Para quem estava esperando ansioso, a segunda parte chega hoje aos cinemas brasileiros, dando continuidade ao diário sexual de Joe, a protagonista que se auto intitula com problemas de ordem psico-sexual: ninfomania, ou seja, obsessão por sexo.
Recapitulando, o filme, que causou polêmica desde que foi anunciado, mas pouco chocou de fato, traz a história poética e selvagem de Joe desde seu nascimento até aos 50 anos de idade, contada por ela mesma a um velho e charmoso solteiro Seligman (Stellan Skarsgård), que a encontra violentada num beco em uma fria noite de inverno.
Ele cuida dela e a escuta atentamente enquanto Joe, durante oito capítulos, reconta a multifacetada e luxuriosa história de sua vida, rica em associações e eventos que se cruzam.
Nesta segunda parte, o filme deve dar mais destaque a Charlotte Gainsbourg, que vive Joe na fase adulta. Na primeira, a iniciante Stacy Martin foi quem roubou a cena no papel da protagonista na adolescência.
Embora a decepção tenha vindo pela falta de fundamentos reais para tanta polêmica, afinal, são cenas de sexo explícito e atuações de alguns atores pornôs, no fim, o longa de Von Trier tem agradado à maioria, principalmente por conta da abordagem sensível dada ao drama pessoal da “heroína”, dando mais profundidade ao tema a que se propõe.
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