Ser pouco reconhecida no Brasil, apesar dos mais de 15 anos de carreira, não chega a incomodar de fato a cantora e compositora Ceumar Coelho. Nem mesmo a confusão em torno da pronúncia do seu nome – a correta é “Céumar” – lhe tira a cadência mansa da voz. Para ela, tudo faz parte de uma série de escolhas artísticas que fez desde que saiu de Itanhandu, Minas Gerais, e começou a trilhar uma história artística que já chegou a várias partes do mundo. E é por isso que ela se orgulha de saber que seu nome causa certo frisson quando é anunciado um novo show.
E a próxima parada da cantora é em Fortaleza, hoje, na Caixa Cultural. Ceumar será responsável pela estreia da série “Solo Música”, que vai trazer artistas nacionais e internacionais, sozinhos no palco, para apresentações intimistas sempre na primeira terça-feira de cada mês, com exceção da estreia (veja programação completa na página 5.) Por aqui, a mineira apresenta as canções de seus cinco discos, acompanhada apenas do próprio violão.
Caçula entre três irmãs, Ceumar nasceu numa família de amantes da música. O avô era regente de orquestra e tocava tuba. O pai foi cantor profissional até os 20 anos e ficou conhecido em Itanhandu como “a voz de veludo”. A mãe não era profissional, mas também gostava de cantar. Com esse berço, Ceumar começou a se interessar pelo assunto. Aos 18 anos, foi para Belo Horizonte estudar violão clássico e canto na Fundação de Educação Artística. Ainda seguindo sua música, passou uma temporada na Bahia até chegar em São Paulo.
“Depois que aportei em São Paulo, não saí mais. Foi onde tudo floresceu, fiz amigos”, conta Ceumar, em entrevista por telefone. Foi lá que conheceu Zeca Baleiro, que acabaria produzindo o elogiado disco Dindinha (1999). “Já gostava do Zeca, mas, quando o conheci, ele foi super gentil. Ele acompanhou tudo e depois resolvemos produzir o primeiro disco. Já tinha bastante coisa pronta, mas ele sugeriu muitas coisas, como o Zé Ramalho e Josias Sobrinho. Fizemos um disco bem lindo, do jeito que eu sonhava, sem preocupações com mercado”, lembra a artista, que ainda lançou Sempre viva (2003), Achou! (com Dante Ozzetti/ 2006) e Meu Nome (2009).
Apesar da despreocupação com o mercado, Ceumar fez fãs, amigos e parceiros e é por isso que não se incomoda de ser um nome ainda pouco conhecido. “Gosto, acho muito real meu contato com o público. É um público muito mais próximo do meu trabalho, que sabe cantar minhas letras todas. Pra mim, é muito mais interessante”, avalia, acrescentando que não planejou isso, mas que tinha medo do mercado e de se tornar um produto massificado. “Não tive opções. Sempre segui do meu jeito. Cultivo música e acho que a gente tem uma carreira de resistência. Não é glamour, é dedicação.”
SERVIÇO
Série Solo Música: abertura de Ceumar
Onde: Caixa Cultural (rua Pessoa Anta, 287, Praia de Iracema)
Quando: hoje, a partir das 20h
Preço: R$ 10 (inteira)
Telefone: 3453 2770
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