Com bom humor, nesta segunda-feira, 22/9, duas agências de Fortaleza foram paralisadas durante uma hora - das 10 às 11h, dando prosseguimento às mobilizações feitas pelo Sindicato dos Bancários do Ceará dentro da Campanha 2014. A mobilização feita com peça de teatro, humoristas e banda de música deu um recado de que a categoria está pronta para lutar por mais conquistas e garantir direitos numa greve forte, a partir do dia 30/9.
As agências paralisadas por uma hora foram do Banco do Brasil e Bradesco, na rua Barão do Rio Branco, no Centro de Fortaleza. O Sindicato fez reunião com os bancários, deu esclarecimentos e pediu apoio à clientela, sendo aplaudido por ambos. Mais uma vez a mobilização sensibilizou a categoria e a população.
Os bancários avisaram que estão prontos para construir a greve, caso os banqueiros teimem em não valorizar e apresentar proposta decente à categoria. A peça de teatro usada como instrumento de mobilização, mostrou a realidade do bancário ao enfrentar um “cabo de forças”, com os banqueiros. Numa alegoria, em forma de cordel e usando nomes publicitários dos bancos, como “conterrâneo”, personalitê” e “presença” a peça mostra a exploração dos trabalhadores com péssimas condições de trabalho, e à população com cobrança de juros altos e muitas filas, que são temas das mesas de negociação.
Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato e funcionário do Banco do Brasil, alertou que “em todo o País as agencias vão entrar em greve pela intransigência dos banqueiros e para defender os direitos dos bancários. Sabemos que o Governo e os banqueiros pagam pra ver se nós trabalhadores temos mobilização para nos defender. Isso é lamentável. É um desafio, que os trabalhadores mais uma vez vão provar que tem força para se defender e que tem condições de tensionar os bancos e o governo para avançar. Vamos à greve!”
“Estamos sendo empurrados para uma greve mais uma vez, para garantir nossos direitos. A nossa luta não é só por salários, mas por saúde, condições de trabalho e por mais contratações. Um bancário tem trabalhado por dez e estamos adoecidos. Os banqueiros lucram muito e não dão condições de trabalho, exigem metas abusivas e nos obrigam a vender produtos que o cliente não quer. Nossa luta é contra essa situação, porque banqueiro não vê o lado da categoria, nem da sua clientela”, disse Rita Ferreira, diretora da Secretaria de Formação do Sindicato e funcionária do Bradesco.
“A imoralidade que já começou. Os banqueiros deram uma proposta imoral ao oferecer 7% de reajuste. Não dá pra aceitar. Na nossa assembléia do dia 24, os bancários devem comparecer e se unir ao Sindicato. Esse é o momento de união, pois sem união, o patrão não vai dar aumento real para uma categoria dividida. Devemos estar unidos. Essa é a hora de união com o Sindicato porque a correlação de forças é importante. Se nós trabalhadores não nos unirmos, o patrão bota de goela a baixa o que ele quiser”, anunciou Pedro Moreira, diretor do Sindicato e funcionário do Banco do Nordeste.
"Sindicato encontrou nessa forma lúdica um meio para dialogar com a categoria e com a clientela, porque é importante para a clientela entenda realidade do bancário. Precisamos esclarecer que a categoria bancária deliberou por uma série de pautas que tratam de assédio moral, jornada de trabalho, contratação. Os banqueiros e o governo federal apresentaram uma proposta de 7%, distante da nossa proposta. A categoria tem a decisão de aceitar ou rejeitar na assembléia do dia 24. A greve está apontada para o dia 30. Os banqueiros e o governo pagam para ver se temos capacidade de organização. Sindicato e bancários estão do mesmo lado na luta e a prova disso é a nossa conquista de reajuste acima da inflação nos últimos 10 anos”, declarou Clécio Morse, diretor Administrativo do Sindicato e funcionário do Santander.
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