Neste dia 21 de fevereiro, o Sindicato dos Bancários do Ceará completa 82 anos de fundação. A data é importante e deve ser comemorada por toda categoria. Afinal, durante todos esses anos, a entidade se consolidou como uma das referências no movimento sindical combativo brasileiro. O Sindicato sempre esteve à frente das mobilizações dos bancários em nível local e nacional, e nas lutas da classe trabalhadora, em defesa dos empregos, salários e direitos.
Em mais de oito décadas de história, a entidade mostra que tem força necessária para enfrentar qualquer tipo de ataque dos patrões banqueiros e governos. Os bancários sempre estiveram à frente do movimento sindical brasileiro, como uma das categorias extremamente organizadas, protagonizando grandes lutas e greve históricas e, consequentemente, com grandes conquistas.
82 anos de história
O Sindicato dos Bancários do Ceará foi fundado em 21 de fevereiro de 1933, tendo participado ativamente de momentos importantes da história do Brasil. A entidade sobreviveu a dois golpes de Estado (o Estado Novo de Getúlio Vargas e o golpe militar de 1964) e a vários planos econômicos governamentais. O suicídio de Getúlio Vargas, a renúncia de Jânio Quadros e o impeachment do presidente Fernando Collor, luta de que participou ativamente no Ceará – são eventos ocorridos no decorrer de sua trajetória.
Em sua existência, o Sindicato sofreu três intervenções. A primeira foi durante o Estado Novo (1937-1945) e duas vezes no período da ditadura militar (1964-1985).
Foi somente em 1979 que uma frente política de oposição à ditadura ganha a eleição no Sindicato, assumindo a presidência Maria da Natividade, ligada ao PCB, e funcionária do Banco do Brasil, que permaneceu até 1988. Nesse ano, uma chapa do Movimento de Oposição Bancária (MOB) tendo à frente o bancário do BB, Nelson Martins vence as eleições do Sindicato.
Durante o governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso e Tasso Jereissati, o Sindicato dos Bancários do Ceará travou ferrenha luta contra as demissões em massa nos bancos públicos, a privatização do sistema financeiro estatal e o desmonte das conquistas históricas da categoria. Ressalte-se no período de 1998 a 2002, a realização das Caravanas da Solidariedade, que percorreram todo o Ceará pregando contra as privatizações do setor público.
Conquistas históricas
Em 1933, a categoria conquista da jornada de seis horas; em 1951, após greve de 69 dias, é criado o Dia do Bancário (28 de agosto); em 1961 conquista o Adicional por Tempo de Serviço (ATS) e junto com outras categorias conquista o 13º salário; em 1962 conquista fim do trabalho aos sábados; em 1982 é feita unificação da data base de toda categoria em 1º de setembro; em 1985, ocorre a primeira grande greve nacional dos empregados da Caixa, que conquista seis horas e direito à sindicalização; em 1986 conquista o auxilio-creche; até 1989 uma série de greves e conquistas que se incorporam às convenções coletivas dos bancários, com o Plano de Cargos e Salários (PCS) para os bancos oficiais, a criação de pisos salariais para os bancos privados; em 1990 conquista do tíquete-refeição; em 1992 assinatura da primeira Convenção Coletiva de Trabalho Nacional;
Em 1994, conquista do vale-alimentação; em 1995 conquista da PLR em acordo aditivo; em 1997 complementação salarial para bancários afastados por doenças ou acidentes e conquista da verba de requalificação profissional; em 2000 inclusão na CCT da cláusula sobre igualdade de oportunidades; em 2003 primeira campanha salarial unificada da categoria bancária; em 2004, conquista, com greve de 30 dias, de aumento real acima da inflação, o que vem se repetindo por 10 anos seguidos; em 2006 conquista do valor adicional da PLR; em 2007 conquista da 13ª cesta-alimentação; em 2009 ampliação da licença maternidade para 180 dias e extensão de direitos aos casais homoafetivos de incluir parceiros nos planos de saúde;
Em 2010, conquista o instrumento de combate ao assédio moral e avanços na segurança dos bancários - em Fortaleza, o Sindicato conseguiu aprovação do Estatuto de Segurança Bancária, uma lei municipal; em 2011, a categoria ao lado do Sindicato conquistou a proibição de transportes de valores por bancários, proibição da publicação do ranking de performance no cumprimento de metas; em 2012, conquista de avanços para afastados por problema de saúde e projeto piloto de segurança bancária; em 2013, conquista do Vale-Cultura, abono assiduidade, proibição do envio de torpedos para cobrança de metas, não devolução do adiamento de salário para afastados e realização do Censo de Diversidade, além do pagamento de passivos trabalhistas relativos a direitos usurpados no governo FHC, entre outras; em 2014 ganho real acumulado de 18,3% nos últimos dez anos e maior valorização do piso salarial, além de avanços na PLR. Na última campanha nacional dos bancários foram injetados R$ 8,7 bilhões na economia do País, segundo estimativa do Dieese.
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