Contrariando a tendência nacional, caiu o número de mortes em assaltos envolvendo bancos no Ceará. No Estado, seis pessoas foram mortas em 2013, enquanto 2014 registrou um óbito, uma redução de 83,3%. Pesquisa nacional aponta que 66 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos em 2014, uma média de 5,5 vítimas fatais por mês, o que representa aumento de 1,5% em relação a 2013, quando foram registradas 65 mortes, em todo País.
O levantamento foi realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com base em notícias da imprensa e com apoio técnico do Dieese. De acordo com os dados da pesquisa, o número de óbito relacionado a bancos oscilou entre 2011 e 2014. Em 2011, foi registrada uma morte. No ano seguinte, saltou para cinco casos.
Em 2013, a curva continuou ascendente, porém, desceu em 2014, registrando uma morte. No dia 24 de fevereiro do ano passado, em chegadinha bancária no Banco do Brasil de Caucaia, um homem foi morto quando tentava fazer um depósito. A mãe da vítima também foi baleada. Ele foi assassinado porque teria demorado a entregar o dinheiro aos assaltantes.
Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará (Seeb-CE), Carlos Eduardo Bezerra, os bancos não podem ser isentos da responsabilidade de garantir a segurança dos clientes e funcionários. “O atendimento bancário é atividade de risco. Os bancos têm que assumir a sua responsabilidade para proteger a vida das pessoas. A vida tem que ser colocada em primeiro lugar”, argumentou Bezerra.
São Paulo (20), Rio de Janeiro (8), Goiás (5), Minas Gerais (4), Paraná (4) e Pernambuco (4) foram os estados com o maior número de mortes.
Ocorrências
Conforme a pesquisa, as principais ocorrências no País foram o crime de “saidinha de banco” (48,5%), que provocou 32 mortes; o assalto a correspondentes bancários (24,2%), que matou 16 pessoas; o transporte de valores (13,6%), que vitimou nove pessoas, e o assalto a agências (10,6%), que tirou a vida de sete pessoas. Houve também duas mortes em ataques a caixas eletrônicos.
Vítimas
As principais vítimas no Brasil (54,5%) foram os clientes (36), seguidas de vigilantes (10) e policiais (8). Demais mortes são de transeuntes, donos ou empregados de correspondentes bancários e vítimas de balas perdidas em tiroteios entre assaltantes de bancos e policiais.
Na análise do presidente do Seeb-CE, a carência de investimento dos bancos na segurança estimula o quadro de violência. “Aqui em Fortaleza, nós do Sindicato dos Bancários do Ceará encampamos uma luta pela aprovação e implantação do Estatuto de Segurança que tem mostrado seus resultados diante da diminuição drástica dos ataques a bancos na Capital, inclusive de saidinha/chegadinha”, avaliou Bezerra. Ele afirmou que, nos casos das saidinhas, foram 12 ataques em 2014 contra 37 em 2013. Quanto aos ataques em Fortaleza, em 2014 foram 15, enquanto que, no ano anterior, foram contabilizados 41.
Investimentos
A crítica de Bezerra com relação à falta de investimentos na segurança é reforçada pelos dados apurados no levantamento. O Dieese analisou, com base nos balanços publicados, que os cinco maiores bancos (Itaú, BB, Bradesco, Caixa e Santander) apresentaram lucros de R$ 60,3 bilhões em 2014. Já as despesas com segurança e vigilância somaram R$ 3,7 bilhões, o que representa média de 6,1% em comparação com os lucros auferidos.
Leia aqui íntegra da matéria no O Estado
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