Os integrantes da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal da CUT-CE que ficarão à frente da entidade até 2019 tomaram posse na noite de sexta-feira (7 de agosto), no Clube da Caixa, em Fortaleza-CE. A solenidade foi acompanhada por cerca de 500 pessoas, entre sindicalistas, políticos e representantes de movimentos sociais e da sociedade civil. Metalúrgico de Fortaleza, Wil Pereira foi empossado como novo presidente da CUT-CE para o quadriênio 2015-2019. A Central estadual comemora, ainda, inédita paridade de gênero em sua direção – dos 14 assentos, sete passam a ser ocupados por mulheres. O presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas, participou da solenidade.
Em seu discurso após a assinatura da ata de posse, Wil Pereira destacou pontos que julgou fortes na gestão de Joana Almeida à frente da CUT-CE. “Ela colocou em prática e intensificou a interiorização de nossa Central. Trouxe, ainda, os movimentos sociais para caminharem juntos conosco. E ainda coordenou um 1º de Maio histórico em 2015”, apontou Wil, comprometendo-s a continuar o legado da agora ex-presidenta.
 Wil Pereira deu ênfase à responsabilidade do movimento sindical para avançar no projeto popular e democrático que segue em curso no Brasil. “Essa não pode ser uma responsabilidade só dos movimentos sociais. Temos de ir às ruas com eles. E já estamos fazendo isso”. O novo dirigente da CUT-CE comprometeu-se também a conduzir a entidade guiado pelos preceitos das gestões anteriores; e garantindo a unidade, a força e a combatividade em defesa absoluta e incessante à classe trabalhadora.
O presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas, destacou a condução “com muita dignidade” com Joana Almeida se dispôs à frente da CUT no Ceará. O dirigente apontou ainda a Central Estadual como “uma das mais bem organizadas e comprometidas do Brasil”. Vagner Freitas disse acreditar que Wil Pereira seguirá a mesma linha de compromisso. “Contem conosco para enfrentar essa direita preconceituosa e racista”, finalizou.
Apoio social e político
Em nome dos movimentos sociais presentes, Josivaldo de Oliveira, coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Ceará, agradeceu a parceria com a Central estadual. “Sabemos reconhecer isso e queremos perpetuar essa união. Precisamos permanecer juntos para enfrentar o atual momento vivido por este país e a conjuntura que está posta”, disse Josivaldo. Para ele, só a classe trabalhadora é capaz de construir a sociedade igualitária desejada pelos movimentos sociais.
Representando a parceria também com outras centrais sindicais, Luciano Simplício destacou a “atuação de primeira linha da CUT-CE na mobilização das lutas de classe”. Simplício, que preside a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) no Ceará, desejou sorte e garra no trabalho das duas entidades em defesa da classe e disse considerar Wil Pereira um “amigo de lutas e de guerra”.
Luís Carlos Lima, presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares no Estado do Ceará (Fetraece), falou em nome das várias federações presentes à solenidade: “Reconhecemos todo o trabalho e desempenho de Joana Almeida e confiamos em Wil Pereira para continuar à frente de uma central combativa e que dialoga muito bem com todas as categorias”. O deputado estadual Moisés Braz (PT), que também já presidiu a Fetraece, reforçou as palavras de Luís Carlos e destacou o papel da CUT-CE e a confiança depositada na entidade.
O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), Paulo Cayres, disse estar muito feliz com a nova condução de um metalúrgico à Presidência da CUT-CE. “Wil, estou certo de que seu mandato será repleto de luta”, destacou. O deputado federal José Guimarães, vice-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), afirmou que a CUT está fortalecida e que tem “muito orgulho dessa Central”.
Joana Almeida despede-se
Em seu último discurso como presidenta da entidade, Joana Almeida disse que seu mandato foi construído a muitas mãos. “Não fiz nada sozinha. Fomos às ruas e fizemos a diferença no processo de construção de uma frente popular e democrática. Minha direção me apoiou em tudo”. Joana apontou a unidade da classe trabalhadora e reforçou a fala do novo presidente, enfatizando a intensa relação que se construiu entre a CUT, movimentos sociais e demais centrais sindicais como pontos fortes de sua gestão e que devem ser levadas adiante por Wil Pereira.
“Tenho certeza de que Wil Pereira honrará os 32 anos de história de nossa Central e vai conduzir um time de muita responsabilidade e consciência política, trabalhando para que a CUT-CE continue fazendo a diferença”, disse Joana Almeida, que começou sua militância no movimento sindical em 2000, na coordenação do Coletivo da Juventude Rural em Crateús. Em julho último, Joana foi eleita coordenadora da Regional Nordeste da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
Perfil do novo presidente
Natural de Fortaleza-CE, Wil Pereira tem 37 anos e é metalúrgico desde 1997. Ocupou, na gestão anterior da CUT-CE, a Vice-Presidência. Além de ter integrado a executiva da Central estadual, ele foi um dos membros da executiva da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT). O novo presidente foi aclamado por 528 delegados e delegadas durante o 13º Congresso Estadual da CUT-CE (CECUT), realizado em Beberibe, em junho último, com a presença de membros da direção nacional da entidade. Wil Pereira comanda, ainda, o Sindicato dos Metalúrgicos do Ceará (Sindmetal).
A CUT-CE
Com 32 anos de história, a CUT-CE é uma organização sindical brasileira de massas, de caráter classista, autônomo e democrático, cujo compromisso é a defesa dos interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora. No Brasil, a CUT-CE é a terceira maior CUT Estadual, com 711.227 trabalhadores, distribuídos em quase 300 sindicatos. Nacionalmente, a CUT está presente em todos os ramos de atividade econômica e já se consolidou como a maior central sindical do Brasil e da América Latina, além de ser a 5ª maior do mundo. Ao todo, são 3.806 entidades filiadas, quase 8 milhões de trabalhadoras e trabalhadores associados e 24 milhões de trabalhadores e trabalhadoras na base.
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