Foi com grande emoção que teve início oficialmente na noite de ontem (11) no Estádio Nacional Mané Garrinha em Brasília-DF, a 5ª Marcha das Margaridas. Uma abertura que seguiu ao ritmo dos vários gritos de mulheres do campo, da floresta e das águas, que mostraram que os ideais de Margarida Alves continuam vivos mesmo depois dos 32 anos de seu brutal assassinato.
“Seguiremos na construção de luta das mulheres. A Marcha é um referencial de mudança dos rumos, de conquista de politicas públicas para nosso país”, ressaltou a coordenadora geral da Marcha e secretária de Mulheres da CONTAG, Alessandra Lunas, que disse ainda que independente do governo que aí estiver sempre diremos as políticas que esperamos. São muitas as conquistas. Se a gente listar, temos muito a comemorar, como exemplo cito o programa de documentação para trabalhadora rural”, destacou.
Emocionada, Claudia ainda aproveitou para entregar ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fez questão de prestigiar a abertura, junto a vários Ministros, entre outros representantes do Governo Federal, várias demandas das mulheres campesinas.
A Contraf-CUT e dirigentes de vários Sindicatos filiados estão presentes na 5ª Marcha das Margaridas, como o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra (foto ao lado).
Em nome da CONTAG o presidente da Confederação Alberto Broch saudou todas as margaridas presentes na abertura. “Essa Marcha é da Reforma Agrária, por direitos a Políticas Públicas, entre outras conquistas que precisam chegar para as margaridas. Uma Marcha construída por várias mãos. Por mulheres que decidiram não se calar diante dos desafios impostos”, destacou.
“A Marcha é feita por companheiras que atravessaram o Brasil para fazer história. Aqui está um povo que tem ocupado as ruas e vem construindo proposições para transformar realidades depois de tanto tempo de invisibilidade”, destacou a vice-presidente da CUT Nacional, Carmem Foro .
A secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CTB, Ivana Pereira, chamou atenção para os direitos da mulher e para tentativas de golpe que se acentuam no atual cenário político partidário no Brasil e pró machismo que lamentavelmente ainda existente no Congresso Nacional. “Não permitiremos que o machista reacionário do Cunha na Câmara dos Deputados continue ditando as regras do país. Por isso escuta Cunha: Seguiremos em Marcha até que nós margaridas de todos os cantos sejamos livres".
A deputada federal, Erika Kokay (PT-DF), destacou. “É preciso construir um Brasil onde haja igualdade entre homens e mulheres. Que nós possamos entender que juntas somos fortes ..
Representando o Governo Federal, o Ministro do MDA, Patrus Ananias, aproveitou para reafirmar dois compromissos com as margaridas. “O primeiro é a Luta pela Reforma Agrária, onde temos como meta assentar até o final do Governo Dilma todas as trabalhadoras e trabalhadores rurais que vivem debaixo da lona. O 2º é trabalhar por políticas que garantam vida digna e descente para as mulheres.” Ressaltou.
A ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República aproveitou para enaltecer duas mulheres que não se envergaram diante da luta, Margarida Alves e Dilma Rousseff. “São Mulheres que não se calaram mesmo diante das pressões e desafios enfrentados por serem mulheres”, destacou.
Lula presente na Marcha
Fala esperada da noite, o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula Marcha, fez de forma muito clara um comparativo econômico, mas sobretudo social do Brasil. “Vocês se lembram que este país já foi muito dividido. Entre os que comiam e os que tinham fome. Os analfabetos e os que frequentavam as escolas e universidades. Sem terra e com terra. Os iam pra o Shopping e outros que ficavam só a olhar”, discorreu Lula mostrando de forma muito clara as desigualdades sociais sustentada pelos Tucanos.
E encerrou chamando a atenção para o processo democrático de reivindicação, como um exemplo de persistência a ser seguido. “Vocês aprenderam depois de muitas Marchas que é possível mudar a história desse país. Quanto mais a gente quer, a gente conquista. Democracia não é uma ato de silêncio, mas é o povo da rua reivindicando direitos”.
Ainda mencionando os bons exemplos do processo de construção da Marcha, Lula terminou sua fala na mesa, afirmando que vai voltar a ter um diálogo mais próximo da base. “Estou preparando para voltar a caminhar nesse país. Eu quero ver nossos adversários querer pensar no país como nós queremos”.
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