A greve dos bancários ficou mais forte neste oitavo dia de paralisação, dia 13/10. No Ceará, os bancários cruzaram os braços em 372 das 567 existentes no Estado, o que representa 65,61% de adesão ao movimento paredista.
Os bancários do Interior têm mostrado também sua indignação com uma adesão de 70%: das 305 agências existentes, 213 estão fechadas. Já em Fortaleza, a adesão é de 60%: das 262 agências, 159 seguem paralisadas.
“Esse é o recado da nossa categoria que mostrando sua força, a sua disposição de luta, em busca da reabertura das negociações com os banqueiros e na pressão por uma proposta decente”, avalia o presidente do Sindicato dos Bancários, Carlos Eduardo Bezerra. “Os bancos estão sendo oportunistas e usam a desculpa da crise para tentar nos impor perdas salariais e acabar com o modelo de aumento real conquistado nos últimos anos”, completa o presidente do Sindicato. Ele destaca que ao contrário de outros segmentos, o momento não está difícil para os bancos, cujo lucro cresceu 27% nos seis primeiros meses do ano em relação ao ano passado.
Proposta rebaixada – No dia 25 de setembro, a federação dos bancos (Fenaban) apresentou proposta de reajuste de 5,5% mais abono de R$ 2.500,00, considerada desrespeitosa pela categoria, que rejeitou o índice e deflagrou greve a partir do dia 6, em assembleias realizadas no dia 1º de outubro. O silêncio dos banqueiros tem feito a greve crescer a cada dia.
Enquanto querem impor perdas para seus empregados, os bancos preveem pagar aumentos de até 81% para seus executivos. Além disso, outros setores da economia, que estão longe de ter lucros tão altos quanto os dos bancos – e em alguns casos apresentaram prejuízos –, pagaram aumento real aos seus funcionários, como mostra balanço das campanhas salariais do primeiro semestre, realizado pelo Dieese. De acordo com o levantamento, 69% das negociações resultaram em reajustes acima da inflação, 17% foram iguais e apenas 15% foram abaixo.
O Comércio, por exemplo, que registrou quedas no faturamento e nas vendas no primeiro semestre do ano, fechou 76% de seus acordos com ganhos reais (acima da inflação) para os trabalhadores. No setor de Serviços, que também sofreu perdas, os ganhos reais foram observados em 74% dos acordos. E a Indústria, outra área com recuos no desempenho, fechou 61% das campanhas com reajustes acima da inflação nos primeiros seis meses do ano.
Assembleia – Para debater estratégias e os rumos do movimento, os bancários se reúnem na sede do Sindicato (Rua 24 de Maio, 1289 – Centro) nesta terça, 13, às 17h. Participe da luta!
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