De acordo com um estudo da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) em parceria com a Rede Goiana de Pesquisa em Mastologia, a variação anual da taxa de mortalidade por câncer de mama é de até 11 vezes maior em áreas pobres do País em comparação com as regiões ricas.
A diferença é motivada pela dificuldade de acesso aos métodos de detecção e de tratamento. O levantamento revelou que, quanto menos informação as mulheres recebem sobre a prevenção do câncer de mama, mais chances elas têm de morrer em consequência da doença.
Dados de 1990 a 2011 foram cruzados na pesquisa
Para chegar aos resultados, foram cruzados dados dos anos de 1990 a 2011 do Índice de Desenvolvimento Humano e do Índice de Exclusão Social de cada estado, ambos fornecidos pelo IBGE, com o Índice de Mortalidade por Câncer de Mama disponibilizado pelo DATASUS.
“Este é o primeiro estudo feito neste formato e irá ajudar a todos os profissionais de saúde que lidam com a doença a entender as necessidades sobre informação adequada para as mulheres bem como a lutarem pela inclusão social na tentativa de reduzir o número de casos avançados, reduzindo dessa forma a mortalidade”, explica Dr. Ruffo de Freitas Junior, presidente da SBM.
Mortalidade aumentou em estados com alto índice de exclusão humana
De acordo com o médico, a pesquisa também concluiu que as taxas de mortalidade aumentaram nos estados onde há alto índice de exclusão humana e social e baixo índice de desenvolvimento humano, como é o caso de Rondônia, Tocantins, Santa Catarina, Maranhão, Piauí, Alagoas, Sergipe, Ceará.
Nos estados onde o índice de desenvolvimento humano é alto e a exclusão social é baixa, as taxas diminuíram, como nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.
O estudo mostrou, ainda, que o maior número de mortes ocorre nas mulheres acima dos 70 anos, e que houve um aumento estatisticamente significativo de 0,7% na mortalidade das mulheres entre 20 e 49 anos, e de 0,4% nas mulheres entre 50 e 69 anos. No Sul e Sudeste, as taxas de mortalidade são de 6,6 por 100 mil pessoas enquanto que no Norte e Nordeste são 14 por 100 mil.
Outubro Rosa
Com a celebração do Outubro Rosa, a Sociedade Brasileira de Mastologia alerta para o número de mulheres que não fazem o exame de mamografia no Brasil. A procura melhorou em relação ao ano passado, mas o país ainda não atingiu os 70%, meta recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Hoje, há mamógrafos suficientes no país, no entanto eles são mal distribuídos – a maioria está nas grandes cidades e capitais, deixando boa parte da população do interior e de pequenas cidades descoberta, com impossibilidade de fazer o exame de maneira rápida. “Recomendamos que o exame seja feito a partir dos 40 anos, anualmente. A mulher precisa ser estimulada para essa rotina”, afirma o Dr. Ruffo.
|