Neste 15º dia de greve continuam fortes as mobilizações. Hoje, terça-feira (20) amanheceu com agências e centro administrativos paralisados em todo o Brasil. Foi a força da greve que arrancou nova negociação com os bancos. A Fenaban entrou em contato com a Contraf-CUT no começo da noite de ontem (19) e chamou o Comando Nacional dos Bancários para uma nova rodada da Campanha 2015, nesta terça, às 16h (horário de Brasilia), em São Paulo.
Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará e membro do Comando Nacional dos Bancários, destaca "vamos voltar a negociar com a Fenaban em SP com correlação de forças. A reabertura de negociação surge pela força da greve dos bancários".
Os bancários irão continuar mobilizados, determinados, com unidade, para mostrar que a categoria continua indignado e que quer, com a força da greve, dobrar a intransigência dos banqueiros/governo. Além da reposição da inflação e do ganho real, bancfários querem reposição de emprego, segurança para trabalhar nos locais de trabalho, com saúde, igualdade de oportunidade. Principalmente, querem que acabem com as demissões, a rotatividade e que os trabalhadores não continuem adoecendo por serem submetidos ao assédio moral para cumprir metas inatingíveis.
Lucros dos bancos
Os bancos culparam a crise para justificar a pior proposta que apresentaram aos trabalhadores nos últimos anos: reajuste de 5,5%, muito abaixo da inflação do período de 9,88% (INPC). Mas esqueceram de mencionar que, mesmo com o baixo desempenho da economia brasileira, eles vão muito bem: os cinco maiores (BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander) alcançaram, juntos, o lucro de R$ 36,3 bilhões apenas no primeiro semestre deste ano, um crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários, disse "nossa expectativa é os bancos saiam daquela linha de um reajuste muito abaixo da inflação com abono, pois sabemos que é prejudicial para a carreira dos bancários e das bancárias. Nós queremos a reposição da inflação, mais ganho real. Isso é o que os bancários e bancárias, que estão há 15 dias de greve, desejam hoje", conclui .
|