A Contraf-CUT está apoiando a manifestação e enviou comunicado aos sindicatos e federações reforçando a importância da participação das bancárias e bancários na marcha.
Cerca de 20 mil mulheres são esperadas em Brasília (DF), na quarta-feira (18), para a Marcha das Mulheres Negras 2015. A mobilização é uma iniciativa de diversas organizações e coletivos do Movimento de Mulheres Negras e do Movimento Negro de todo o país. Estarão presentes trabalhadoras rurais, catadoras de material reciclável, pescadoras, marisqueiras, quilombolas, estudantes, mestres e mestras da cultura tradicional, empreendedoras, yalorixás, entre outros setores da sociedade.
A realização da marcha foi deliberada durante o Encontro Paralelo da Sociedade Civil para o Afro XXI, realizado em 2011, em Salvador (BA). A partir de então, mulheres negras e do movimento social de mulheres negras atenderam ao chamado e deram início as mobilizações para o evento. Nos últimos quatro anos, foram realizadas diversas ações entre debates, oficinas, passeatas, eventos formativos, articulações em âmbito local, regional, nacional e internacional.
A concentração da Marcha das Mulheres Negras será a partir das 9h, nas imediações do Ginásio Nilson Nelson. Depois, seguirá até o Congresso Nacional e o encerramento deverá ocorrer no Complexo Cultural do Museu da República. Está prevista para o mesmo dia uma sessão conjunta do Senado e Câmara Federal e uma audiência com a presidenta da República, Dilma Rousseff.
A diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, ex-vice presidenta da África do Sul, também confirmou presença. São esperadas, ainda, as ativistas norte-americana Ângela Davis e Bell Hooks, entre outras referências internacionais na luta pela igualdade racial e de gênero.
Por que marchar?
De acordo com o IBGE, as mulheres negras representam 25% do total da população brasileira, o que corresponde a cerca de 49 milhões de pessoas. Apesar dos avanços das últimas décadas, como a criação da Secretaria de Políticas para as Mulheres e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, as mulheres negras são as que enfrentam mais dificuldades no acesso às políticas públicas.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Aplicadas – IPEA, 62% das vítimas do feminicídio são mulheres negras, grande parte vive em condições de subemprego, mesmo com formação escolar e capacitação e, ainda, respondem por grande parte da chefia das famílias. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), no trabalho formal, protagonizam uma amarga diferença salarial de cerca de 19% com a mulher não negra e de 46% se comparado com homens não negros.
E, apesar dos avanços na legislação trabalhista, as mulheres que atuam no trabalho doméstico, cerca de oito milhões de mulheres, não contam com as mesmas condições e oportunidades que os demais trabalhadores urbanos.
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