Representantes dos trabalhadores da Caixa Econômica Federal, entre eles dirigentes da Contraf-CUT, da Fenae, e da Comissão Executiva dos Empregados, foram chamados para uma reunião com a presidente do banco, Miriam Belchior. No encontro, que será realizado nesta quinta-feira (10), em Brasília (DF), a direção da empresa deverá apresentar a proposta de reestruturação que pretende implantar.
De acordo com o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, a importância da Caixa para o País e os brasileiros indica que o caminho a ser seguido é o de fortalece-la, e não o de diminui-la. “O papel social é, sem dúvida, uma das principais características do banco. Basta ver a atuação no pagamento de benefícios sociais e nos investimentos em habitação, saneamento e infraestrutura. O Brasil precisa de uma Caixa forte, com trabalhadores mais valorizados. Não podemos aceitar nada diferente disso”, afirma.
Fabiana Matheus, coordenadora da CEE/Caixa, lembra que a pressão feita pela categoria foi fundamental para que a reunião fosse agendada. “Foi graças às mobilizações que fizemos nas unidade e nas redes sociais, cobrando principalmente respeito aos acordos coletivos e transparência na gestão, que conseguimos o encontro. Os Dias de Luta, por exemplo, movimentaram milhares de colegas. É sabido que a situação nas unidades é de sobrecarga e adoecimento. E, por isso, não aceitaremos retrocessos”, avisa.
A CEE/Caixa, que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco, será representada por Genésio Cardoso, diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região. “Nossa maior preocupação é com os empregados, que não podem ser prejudicados de forma alguma com essas mudanças previstas. A Caixa fechou 2015 com quase 83 milhões de correntistas e poupadores, 5,9% a mais que no ano anterior, o que significa que a demanda nas agências também aumentou”, destaca.
Lucro de 2015
A reunião com a presidente Miriam Belchior acontecerá dois dias após a divulgação do balanço de 2015. No ano passado, o banco teve lucro líquido de R$ 7,2 bilhões. O retorno sobre o patrimônio líquido médio foi de 11,4%. A margem financeira alcançou R$ 41 bilhões, avanço de 18,9% em 2015, impactada, principalmente, pelo aumento de 30,5% nas receitas de crédito e de 44,9% no resultado com títulos e valores mobiliários e derivativos.
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