Para conseguir viver sem a preocupação causada pela falta de dinheiro, é essencial fazer um planejamento – que vai além de apenas cortar gastos supérfluos. Perceber que, muitas vezes, os recursos que entram não são compatíveis com o nosso estilo de vida, é o primeiro passo para verificar quais gastos podem ser cortados e que atitudes podem ser tomadas para manter as contas no azul.
O professor e consultor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Sérgio Bessa afirma que sempre é momento de colocar uma lupa nos gastos. “É preciso estar atento ao quanto se gasta - não só com itens supérfluos - enquanto as contas ainda fecham com o orçamento”, afirma. Para o consultor, perceber estes gastos enquanto a economia está melhor ajuda a não sofrer tanto quando a fase é ruim. “É uma forma de estar preparado, de não sentir o impacto de uma má economia”, diz.
O economista e professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP - Ribeirão Preto, Alexandre Nicolella, acredita que é essencial colocar no papel quanto do orçamento é gasto em cada setor – como moradia, saúde, educação, alimentação, etc. Depois dessa verificação deve-se planejar o quanto deveria ser gasto. “Esse plano exige uma reflexão sobre prioridades de vida”, diz.
Para gastar menos, Bessa recomenda adotar algumas atitudes, como anotar durante um mês todos os gastos – tudo mesmo, desde a gorjeta no restaurante até os gastos fixos com aluguel, por exemplo – para ver quanto se gasta com as pequenas coisas. Neste momento, de acordo com o professor, tudo fica mais claro e perceptível – e vai gerar uma grande surpresa. “Para conseguir cortar gastos, antes é preciso verificar onde se está gastando. Só aí é possível cortá-los de forma consciente, sem estresse”, aconselha.
Mude pequenos hábitos
Gastos essenciais com saúde e moradia, por exemplo, não podem ser cortados, mas sempre há formas de economizar. “Reduzir o consumo de água, de energia elétrica, despesas com telefone, TV a cabo e com empregados domésticos pode virar uma grande economia no final do mês”, exemplifica o professor da USP. Bessa afirma que, até atitudes simples como analisar melhor o carrinho do supermercado pode ajudar. “É preciso fazer um exercício de observação. Às vezes mudar a marca de alguns produtos já representa um controle de gastos”, afirma.
Programe os momentos de lazer
Isso não quer dizer que não seja possível ter momentos voltados ao prazer, mas é importante analisar os hábitos de consumo ao longo da vida, diz o professor. “Colocando no papel, é possível programar um número de programas por mês de forma que não afete o orçamento”, explica. Além disso, para Nicolella, é importante perceber que, ao gastar menos, chegamos mais perto de realizar grandes sonhos e objetivos de vida. “Quando perguntamos a alguém se prefere ter uma roupa nova ou um apartamento, a escolha pelo apartamento é quase unânime”, diz. Mas, poucos estão dispostos a abrir mão desses momentos. “Planejamento, organização e tempo são os principais aliados de grandes conquistas”, afirma.
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