Como se não bastasse a redução de pessoal, que causa a sobrecarga de trabalho, com um grave quadro de adoecimentos, a direção da Caixa Econômica Federal quer também fechar, reduzir e transferir setores, num esvaziamento do importante papel que o banco exerce para a economia e para a sociedade brasileira. O processo de reestruturação, montado de forma unilateral, sem qualquer conversa com os trabalhadores, já está em curso e milhares de empregados já estão sendo prejudicados.
Mas os trabalhadores não estão parados. Na última quarta-feira, 16/3, já houve paralisação na Matriz, em Brasília. Nesta manhã, em Fortaleza, os empregados denunciam os abusos da reestruturação durante ato no Edifício Sede da Caixa e na próxima quinta-feira, 24/3, a Caixa deve parar durante um Dia Nacional de Luta. Além disso, uma reunião da Fetrafi/NE, reunindo todos os sindicatos do Nordeste, para traçar estratégias de luta, acontece dia 22/3, em Recife (PE).
Sindicato visita setores atingidos – Durante toda a tarde de quinta-feira, 17/3, no Edifício Sede e na agência Pessoa Anta, os diretores Marcos Saraiva, Áureo Júnior, Rochael Almeida e Túlio Menezes visitaram os principais setores atingidos inicialmente pela reestruturação.
A situação pegou todos de surpresa. Não foi dada ao movimento sindical nenhuma informação pertinente sobre o processo de reestruturação. Nem mesmo os superintendentes estão sabendo o que vem por aí. O que se sabe é que são “cinco ondas”, cuja primeira já atingiu setores importantes como Giret, Girec e Giris aqui em Fortaleza e o objetivo é gerar economia para aumentar a lucratividade. E o processo será rápido, pois o prazo final para conclusão é 15 de abril. Por isso, é necessário um movimento nacional contra essa reestruturação de resultados duvidosos para o desempenho da empresa e sua postura frente à concorrência.
“Não há nada nesse plano que beneficie os empregados. Essas mudanças, que priorizam o lucro e a rentabilidade, deixarão os trabalhadores adoecidos e desestimulados. Com isso, haverá perdas para a Caixa e para a sociedade. Nós, representantes dos bancários, iremos brigar para garantir o salário atual dos empregados e a permanência deles na praça onde estão lotados”, afirma o diretor do Sindicato e presidente da APCEF/CE, Áureo Júnior, ao repassar aos empregados um abaixo assinado contra o processo de reestruturação.
“Vivemos um momento de muita dificuldade que está deixando os empregados da Caixa no Nordeste apavorados. Temos que dar um basta e suspender imediatamente esse processo de reestruturação. Os empregados da Caixa precisam de respeito e não é isso que está acontecendo. Nossa força é a nossa mobilização. Dia 24/3 vamos parar para barrar esse processo”, destacou Marcos Saraiva, que representa a Fetrafi-Ne na mesa de negociação da Caixa.
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