Participando da grande manifestação que marcou o domingo, 1º de maio, Dia do Trabalhador, em Fortaleza, milhares de trabalhadores disseram “não” ao golpe e a Michel Temer e reforçaram a defesa da democracia e das conquistas sociais. O ato em Fortaleza promovido pela Frente Brasil Popular, que congrega vários movimentos sociais, centrais sindicais, categorias profissionais, partidos políticos e representantes de diversos setores, unidos contra o golpe e pela democracia, reuniu cerca de 15 mil pessoas, que participaram da caminhada iniciada no Aterrinho do Pirambu (antigo kartódromo), e finalizada no Cuca da Barra do Ceará.
Durante a caminhada, os participantes gritaram palavras de ordem contra o golpe e em defesa da democracia. Centrais sindicais, lideranças ligadas aos movimentos sociais, parlamentares, representantes de partidos políticos e dos mais diversos setores se somaram à grande manifestação no 1º de maio contra o golpe. “Não aceitaremos Michel Temer — Trabalhadores unidos contra o golpe”, dizia uma das faixas levadas por manifestantes ao longo de todo o percurso.
Dimensão maior - Will Pereira, presidente da CUT, ressaltou a importância da manifestação dos trabalhadores no Dia do Trabalho, que neste ano ganha dimensão simbólica maior em razão da crise política brasileira e da "pauta conservadora" em tramitação no Congresso. Na avaliação dele, houve poucos avanços trabalhistas neste ano. "Precisamos fazer um debate sobre a 'Ponte do Futuro' (plano do vice-presidente Michel Temer, caso assuma a Presidência), porque são 55 projetos de lei que representam retrocesso para os trabalhadores. A flexibilização é absurda. O acordo entre patrão e trabalhador não pode ficar acima da lei", declarou Pereira.
Lutar pela democracia - Conforme o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Luciano Simplício, destaca que o Dia do Trabalhador deste ano reuniu os trabalhadores também para lutar pela democracia. "Nossa democracia ainda é frágil. Não aceitaremos que a CLT seja rasgada para retirar direitos como o reajuste do salário mínimo e o FGTS. Não vamos reconhecer um governo que não foi eleito por votos", afirma Simplício, em referência a um possível governo de Michel Temer.
Resistência - Durante a manifestação, o presidente do Sindicato dos Bancários, Carlos Eduardo Bezerra, disse que a caminhada mostra a união dos movimentos sociais pela resistência dos direitos dos trabalhadores e contra qualquer governo, segundo ele, "ilegítimo".
“O povo está atento” disse o deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE), que chamou atenção de todo o País ao denunciar a hipocrisia dos “bons pais” e “bons maridos” que votaram a favor do golpe no dia 17/4, destacando o enorme risco de retrocesso nos direitos trabalhistas, caso o golpe se confirme.
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