No último sábado dia 3/9, o Sindicato dos Bancários do Ceará realizou Oficina de Formação do Projeto Unidas e Livres - Unidas na luta e livres na vida, promovida pela Secretaria Sobre a Mulher Trabalhadora da CUT-CE, em parceria com a Secretaria de Igualdade e Diversidade do Sindicato. O tema foi violência e saúde da mulher, envolvendo militantes do ramo financeiro e de outros ramos cutistas, como servidoras públicas, professoras, comerciárias e metalúrgicas.
Elas receberam acolhida com café da manhã e, em seguida, participaram de uma dinâmica musical com o maestro Rogério Jales e Rafaela Lessa, cuja terapia conseguiu despertar nas participantes o forte desejo de resistência e fé, apesar dos últimos acontecimentos no País. Em seguida, uma roda de conversa sobre violência contra a mulher, com enfoque na sua saúde, com a Profa. Dra. Kaelly Cristina, Professora da UFC e da Associação Brasileira de Enfermagem e Obstetrícia, estudiosa dos impactos da violência na saúde da mulher.
Violência contra a mulher
 A Dra. Kaelly mostrou o Plano pelo Enfrentamento à Violência Contra a Mulher e Iniquidade Racial, cujos estudos apontam estatísticas assustadoras. Por exemplo, no Brasil, quatro mulheres são mortas por dia, consequência de violência doméstica. Enquanto no Canadá, são quatro por ano. No Brasil, existe sim, a cultura do estupro, onde o País ocupa o 4º lugar no ranking mundial, ficando atrás somente da África, Índia e Oriente Médio, e que 50% das mulheres estupradas são crianças, por pessoas próximas a elas.
Sobre o tema assédio moral no mundo do trabalho e suas consequências jurídicas, o assessor jurídico do Sindicato, dr. Anatole Nogueira, destacou a atuação do Jurídico da entidade em apoio às mulheres, principal alvo da prática do assédio, seja moral ou sexual, sobre legislação que garante indenizações e como a assediada pode denunciar o agressor.
Juntas Somos Fortes
.JPG) “Nessa oficina com militantes de várias categorias, a mensagem que queremos passar é a da união- Juntas Somos Fortes. A solidariedade e a união é a nossa arma, nós só temos umas as outras. Nesse momento que nosso Brasil sofreu um golpe tão covarde, em que a democracia está sendo sequestrada, é através da nossa união e luta que faremos a resistência. Temos que manter a esperança”, disse Rita Ferreira, diretora da Secretaria da Igualdade e da Diversidade do SEEB/CE.
“Esta é a 11ª oficina de formação do Projeto, que visa capacitar mulheres como agentes populares de cidadania. Juntas vamos construir estratégias de enfrentamento da violência contra a mulher, seja no mundo do trabalho, seja doméstico e na sociedade. Numa conjuntura de retrocesso de direitos, as mulheres são as mais afetadas, por isso é importante nos mantermos unidas e livres na nossa autonomia para fazer a luta. É importante que as mulheres se vejam nesse processo de construção de uma nova sociedade”, defende Maria Ozaneide de Paula, diretora da Secretaria Sobre a Mulher Trabalhadora da CUT Ceará.
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