A greve dos bancários cearenses começou com muita luta, animação e caminhada no Centro de Fortaleza. Durante o primeiro dia de greve, o Sindicato dos Bancários organizou uma caravana por toda a região central da capital, que ficou 100% paralisada durante a terça, 6/9. Em Fortaleza, a paralisação ficou em torno de 80%. Em todo o Ceará, 214 das 559 agências existentes ficaram fechadas. Em todo o Brasil foram 7.359 unidades bancárias fechadas, número 17,7% maior que o ano passado.
Trabalhadores do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú, Santander, HSBC e demais bancos, parte do setor que mais lucra no Brasil, deram uma mostra da sua disposição de luta e arrancaram dos bancos uma nova rodada de negociação que será realizada na sexta-feira 9, às 11h, em São Paulo. A greve segue firme na quinta, 8/9.
O presidente do Sindicato dos Bancários, Carlos Eduardo Bezerra, destacou que há 12 anos, os bancos empurram os bancários para a greve, porque na hora de negociar, o que se oferece é perdas nos salários, menos emprego, menos saúde e menos segurança. Somente com a greve, os bancários conseguem aumento e novas conquistas e direitos.
“Os bancos é que nos levam a cruzar os braços. Bancários de todos o País estão só se defendendo do ataque dos bancos. Estamos falando de um setor econômico que não tem crise. Quando os bancários falam que a proposta dos bancos é indecente, não é apenas pela questão econômica, mas porque este setor insiste em não atender bem a população aumentando empregos, e não dando saúde para o bancário, que trabalha com sobrecarga e cobrança de metas abusivas. Estamos preparados para o enfrentamento, pois juntos somos fortes”, ressaltou Carlos Eduardo.
“Nós, bancários, vamos dar uma resposta célere aos banqueiros, através do enfrentamento e da greve. Vamos todos juntos dizer ‘Fora Temer’, e não vamos aceitar que rasguem a nossa CLT, nem confisquem os nossos direitos, tais como férias, 13º salário etc. Diremos Sim à volta da democracia e diremos Não aos golpistas. Estamos na luta, na rua e preparados para organizar a greve geral, juntos com a sociedade e os trabalhadores. O setor financeiro é o que mais lucra neste País e eles é que estão empurrando os bancários para a greve. Todos à luta, companheiros!”, convocou o diretor do Sindicato, Marcos Saraiva.
Os cinco maiores bancos do País – Banco do Brasil Caixa, Santander, Itaú e Bradesco – lucraram em 2015, R$ 60 bilhões. Esses mesmos bancos, só no primeiro semestre de 2016, lucraram R$ 30 bilhões. E apesar dos altos lucros, os bancos, de 2012 a 2015, destruíram 33 mil postos de trabalho, reduziram o saldo de emprego e a remuneração média. Eles não demitiram, mas extinguiram os postos de trabalho, apesar do lucro bilionário. Além disso, ofereceram como reajuste aos bancários uma proposta indecente de 6,5% que sequer repõe a inflação do período.
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