O número de agências paralisadas no terceiro dia da greve dos bancários no Ceará subiu de 214 para 278 agências das 559 existentes no Estado, confirmando a disposição de luta da categoria. O movimento se intensificou nesta quinta, 8/9, principalmente nos bancos privados, com forte mobilização no Itaú, um dos principais membros da mesa de negociação da Fenaban. Os banqueiros negociam nesta sexta, 9, às 11h, em São Paulo, com o Comando Nacional dos Bancários, mas até que venha uma proposta decente, a resposta é greve forte em todo o País.
“Chegamos no 3º dia de greve nacional dos bancários por pura irresponsabilidade dos banqueiros que, depois de um exaustivo processo de negociação, disseram Não a todas as reivindicações feitas pelo Comando Nacional dos Bancários. Nós construímos a riqueza do Sistema Financeiro Nacional, um dos setores que mais lucra no País e a nossa contrapartida, por parte dos gananciosos, é colocar demissão detrabalhadores, dificultando as condições de trabalho de quem fica e precarizando o atendimento à população. Nossa campanha salarial também preocupa-se com a população, mal atendida nos bancos por culta dos banqueiros. Nós reivindicamos melhores condições de trabalho e também melhor atendimento à população. Portanto, a nossa greve é legítima e justa”, afirmou Ribamar Pacheco, diretor do Sindicato e funcionário do Itaú.
“Infelizmente temos que fazer greve a cada ano, porque os banqueiros e o governo não atendem as nossas reivindicações e nos empurram para a paralisação. Nós estamos pedindo reposição da inflação mais 5 % de ganho real, muito pouco em relação ao lucro astronômico dos bancos. Em 2015, o lucro dos cinco maiores bancos juntos foi superior a R$ 60 bilhões. E este ano, vai ser maior porque as pessoas na crise fazem mais empréstimos, recorrerem mais aos cartões e ao cheque especial com juros exorbitantes.
Hoje, no 3º dia, a greve continua forte e crescerá ainda mais. A greve é justa e por isso precisamos do apoio da população”, disse Tomaz de Aquino, diretor do Sindicato, funcionário do BNB.
Rita Ferreira, diretora do Sindicato e funcionária do Bradesco, alerta, que “os tempos são difíceis, caros bancários e bancárias. A proposta dos bancos em resposta à nossa pauta de reivindicações é simplesmente afrontosa – 6,5% de reajuste, não repõe se quer a inflação. Significa que enquanto os bancos batem recordes de lucros, ao mesmo tempo, desejam diminuir o valor real do salário de quem ajudou a multiplicar os seus ganhos. A greve é o que nos resta para defender na luta os nossos direitos, porque só a luta nos garante!”
Os bancos têm perfeitas condições de atender as reivindicações dos bancários. Senão veja: os cinco maiores bancos do País – Banco do Brasil Caixa, Santander, Itaú e Bradesco – lucraram em 2015, R$ 60 bilhões. Esses mesmos bancos, no primeiro semestre de 2016, lucraram R$ 30 bilhões. Mas apesar dos altos lucros, os bancos, de 2012 a 2015, destruíram 33 mil postos de trabalho, reduziram o saldo de emprego e a remuneração média.
|