Hoje, segunda-feira, dia 3/10, haverá assembleia dos bancários em greve, às 16h30 em primeira convocação e às 17 horas em segunda convocação, na sede do Sindicato dos Bancários do Ceará (Rua 24 de Maio, 1289, Centro). A assembleia segue orientaçao do Comando Nacional dos Bancários para debater e organizar os rumos do movimento.
Os bancos na última negociação dia 25/9, propuseram um acordo de dois anos, com aumento real. No entanto no acordo deste ano, eles impõem perdas com proposta bem abaixo da inflação, ao propor reajuste de 7% enquanto a inflação ficou em 9,62% no período. E pior que isso, os bancos politizaram a campanha salarial dos bancários para apoiar o ajuste fiscal proposto pelo governo Temer, com retirada de direitos.
"Nossa greve segue forte em todo o País e o cenário é de resistência. A proposta precisa contemplar emprego, saúde, vales, creche, piso, igualdade de oportunidades, segurança. Nada disso veio ainda. A resposta dos bancários tem sido uma greve forte, que já entrou para a história com o maior número de agências com as atividades paralisadas e a tendência é de aumentar ainda mais, em virtude da crescente insatisfação dos bancários com a intransigência dos banqueiros”", disse Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará.
O Comando Nacional dos Bancários continua à disposição da Fenaban para ter uma proposta que permita resolver a Campanha Nacional sem perdas para os bancários e bancárias. A proposta feita pelos bancos e rejeitada na mesa no dia 25/9, previa acordo de dois anos, 7% de reajuste nos salários e abono de R$ 3,5 mil, agora em 2016, e reposição da inflação, mais 0,5% de aumento real, em 2017,
Altos lucros
Os lucros dos bancos permanecem nas alturas, enquanto muitos setores registram perdas. Os cinco maiores bancos brasileiros (Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) apresentaram, no primeiro semestre de 2016, o lucro líquido de R$ 29,7 bilhões.
A população também sente no bolso a ganância dos banqueiros. Pesquisa divulgada nesta quarta-feira (28) pelo Banco Central, revela que a taxa de juros do cheque especial bateu novo recorde de julho para agosto, e chegou a 321,1% ao ano. Os juros do cartão de crédito não param de subir. Em agosto, na comparação com o mês anterior, houve alta de 3,5 pontos percentuais, com a taxa em 475,2% ao ano. Neste ano, essa taxa já subiu 43,8 pontos percentuais.
Principais reivindicações dos bancários
Reajuste salarial: reposição da inflação (9,62%) mais 5% de aumento real.
PLR: 3 salários mais R$8.317,90.
Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo).
Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês.
13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês.
Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs)
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