Representantes das centrais sindicais de todo o Brasil participam, nesta quarta-feira (24), do movimento Ocupa Brasília. A expectativa é de que mais de 100 mil pessoas participem da marcha contra às reformas propostas pelo governo Temer e a favor de eleições diretas.
Durante entrevista coletiva com sindicalistas e integrantes de movimentos sociais, o presidente da CUT, Vagner Freitas, afirmou que o movimento não é apenas para exigir a saída de Michel Temer, mas, também, para cobrar eleições diretas imediatamente. "Se fizer eleições indiretas, vai ter o 'Fora Maia', o 'Fora Cármen Lúcia', ou fora qualquer outro que não for eleito com o voto popular", disse ele referindo-se aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Supremo Tribunal Federal (STF), cotados como "presidenciáveis" em uma eleição restrita ao Congresso. "Credibilidade só se dá com eleição. Vamos ficar mobilizados até ter diretas já."
Além da aprovação da eleições, o presidente da CUT disse que é preciso retirar as reformas em tramitação no Congresso. "É diretas já com a imediata retirada da pauta. Ou construiremos uma nova greve geral, as centrais e os movimentos organizarão uma greve maior que a do dia 28 (de abril)", afirmou.
Ele manifestou preocupação com possíveis ações da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social do Distrito Federal, que teria a pretensão de revistar individualmente os manifestantes. "Isso é uma atitude de provocação, que vai trazer conturbação", criticou, afirmando que já se montou um "aparelho de guerra" hoje, como se fosse "para defender o Congresso de um ataque militar inimigo".
Segurança
Reunidos na tarde desta terça-feira (23) na sede da CNBB em Brasília, o presidente da CUT, Vagner Freitas, e o coordenador do MTST, Guilherme Boulos, pediram ao secretário geral da CNBB dom Leonardo Ulrich Steiner, que interceda junto às autoridades do governo do Distrito Federal e os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado para que as forças policiais não usem de violência contra os militantes que protestarão contra a retirada de direitos promovida pelo governo Temer.
Para Boulos, a ação policial ostensiva que está sendo pensada poderá criar um confronto desnecessário, "os movimentos estão vindo para lutar por seus direitos e pedir que a democracia prevaleça".
Dom Leonardo disse que a sociedade precisa ter conhecimento do que está acontecendo para ter direito de escolher o projeto que deve promover as reformas do país. "O povo deve decidir os próximos passos para a retomada da democracia", avaliou o religioso.
Lado a lado
Na reunião entre Freitas, Boulos e a CNBB, a Comissão Brasileira de Justiça e Paz confirmou que irá se juntar à marcha para fortalecer a luta das centrais e movimentos sociais para pressionar o Congresso Nacional a retirar as reformas trabalhista e previdenciária de pauta, além de garantir eleições diretas para escolher o melhor projeto de governo ao país, comprometido após as denúncias contra Temer divulgadas na semana passada.
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