Com a intransigência de Itaú e Unibanco, que se negam a assinar um acordo que dê garantia de emprego aos bancários dos dois bancos e coloca em dúvida a palavra empenhada por seus presidentes, Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles, bancários de todo o País irão às ruas no próximo dia 1712, quarta-feira, com uma Campanha em Defesa dos Empregos e Direitos dos Bancários.
A mobilização começará com os bancários do Itaú e do Unibanco, mas atingirá os trabalhadores de todos os bancos, que também têm seus postos de trabalho em risco por conta de outras fusões, como nos casos Santader-Real e Banco do Brasil-Nossa Caixa.
Na reunião de terça, dia 9/12, a postura dos representantes do Itaú e do Unibanco foi de desrespeito aos trabalhadores na negociação com os bancários, ao se negarem a formalizar a suspensão das demissões durante o processo de fusão das duas instituições financeiras.
Dias antes da reunião, A Contraf/CUT enviou para ambas as instituições propostas para a proteção ao emprego. O documento que foi elaborado a partir das discussões no encontro que reuniu as comissões de empresa dos bancários do Itaú e do Unibanco.
Mais fusões - Atualmente a batalha dos trabalhadores da Nossa Caixa está na Assembléia Legislativa, onde tramita o projeto de lei que irá permitir a venda para o Banco do Brasil. Os bancários lutam pela inclusão de emendas de proteção ao emprego na proposta enviada pelo governador José Serra, a qual ignorou completamente a situação dos trabalhadores.
Os bancários levaram a mobilização também para Brasília, onde será votada a medida provisória 443, que permite que o Banco do Brasil e a Caixa Federal comprem outras instituições. O objetivo é o mesmo: incluir cláusulas de proteção ao emprego na medida.
No Santander/Real, os funcionários trabalham nas ruas, com mobilizações contra demissões - a próxima está marcada para sexta-feira, dia 12 - e em diversas negociações. Em novembro, a direção do Santander apresentou um programa de realocação de funcionários após reivindicação do Sindicato.
Crise internacional - Possíveis demissões causadas pelos efeitos da crise financeira internacional também gera a mobilização, lançada em toda a América Latina pela UNI América Finanças e pelo Comitê de Finanças da Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSC).
A campanha foi decidida durante a 4ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais de Bancos Internacionais, realizada na sede da Contraf/CUT nos dias 20 e 21 de novembro. |