O Sindicato dos Bancários do Ceará paralisou durante todo o dia 11/4 a agência Aldeota do Santander, num dos principais corredores bancários de Fortaleza, para protestar contra o abuso administrativo do banco na cobrança de metas e venda de produtos. A lista de reclamações é extensa: número insuficiente de funcionários para suprir a demanda; metas abusivas, inclusive para caixas; irregularidades na prospecção de contas universitárias; assédio moral em reuniões para cobranças de metas, inclusive com a divulgação das metas individuais, entre outras questões.
A manifestação do Sindicato fez parte de um Dia Nacional de Lutas com mobilizações semelhantes em todo o País, como forma de pressionar o Santander a acabar com esses desmandos.
“Nesses últimos meses, o Santander vem massacrando os funcionários em relação aos seus direitos. Para se ter uma ideia, no dia 3/12/12, o banco demitiu 1.280 trabalhadores em todo o País, só daqui do Ceará foram 11, e isso significou a eliminação de 975 postos de trabalho”, relata o diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará, Eugênio Silva.
De acordo com Eugênio, essas demissões criaram um efeito devastador, pois os bancários que permaneceram estão sobrecarregados e não conseguem suprir a demanda das agências, gerando inclusive problemas como extrapolação de jornada e desvio de funções. Outra questão levantada por Eugênio é a das metas abusivas para os caixas. “Isso é absurdo porque caixa é para autenticar pagamento e atender bem e não cumprir metas de venda, vender é para a área comercial”, explica.
Já o diretor do Sindicato, Clécio Morse, ressaltou os problemas existentes na prospecção de contas universitárias. Segundo ele, quando termina o expediente nas agências, o banco designa um funcionário e o manda para as faculdades abrir contas. “Quando termina o seu expediente, o bancário imagina que vai para o seio da sua família, mas na verdade, o gestor o manda para os campus universitários abrir contas.
Além disso, o trabalhador está fora do seu horário de trabalho e o banco não faz sequer o pagamento de horas extras. Além disso, se este sofrer algum tipo de acidente no trajeto não tem como comprovar que estava em serviço e isso é uma grave ilegalidade”, afirma.
Eugênio relatou também a preocupação com a realização de reuniões diárias para a cobrança de metas. “O Sindicato tomou conhecimento que nessas reuniões os gestores, por conta das cobranças das metas, chegam de certa forma a humilhar e massacrar os funcionários que não cumprem suas metas. E o que é pior, alguns gestores estão divulgando a meta individual de cada bancário, o que não pode ser feito de acordo com o que está previsto na nossa convenção coletiva”, explica.
“Esse descaso absurdo do banco com as condições de trabalho dos funcionários, somado à pressão das metas, vem tornando insuportável a situação dentro das agências do Santander, gerando estresse, assédio moral e adoecimento de funcionários”, alerta o dirigente sindical.
“O que nós queremos é que o Santander respeite o Brasil e os brasileiros, pare de enrolar nas negociações específicas e atenda as reivindicações dos funcionários”, conclui Clécio Morse.
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