Nesta terça-feira, dia 11/11, os bancários do Santander paralisaram uma agência por duas horas, no Centro de Fortaleza, visando pressionar o banco a apresentar uma proposta decente em mesa de negociação. A categoria espera uma proposta suficiente às suas reivindicações, já que na última negociação o Santander frustrou os trabalhadores.
No início da manhã, os dirigentes sindicais fizeram reunião com os bancários mostrando a importância da mobilização. O diretor do Sindicato, Eugenio Silva, falou que o banco criou um impasse em cinco rodadas de negociação sobre a renovação do acordo. “Nós queremos mais. Queremos o fim das metas abusivas, que está adoecendo o trabalhador, queremos a manutenção do plano de saúde para aposentadoria, e transparência no SantanderPrevi. Hoje só tem diretores indicados pelo banco e nossa reivindicação é eleger um representante dos trabalhadores. O banco quer renovar o acordo com o mesmo patamar e isso não vamos admitir”, afirmou Eugênio.
Clécio Morse, diretor do Sindicato, enfatizou que essa mobilização vai além do valor da PPRS e leva em conta a questão do dia a dia dos trabalhadores. “Vale muito mais a nossa saúde e condição de vida. Vale mais acordar bem, do que ser atormentado por metas, verdadeiras torturas. Quando a gente olha no rosto do bancário, nós podemos ver o nível de pressão por cumprimento de metas no Santander. Isso não queremos, pois adoece e desmotiva os trabalhadores. Vamos envidar esforços para minimizar essa situação. O Sindicato está atuando e busca soluções, seja do ponto de vista sindical, jurídico e até mesmo buscando o envolvimento do Ministério Público do Trabalho”, disse o dirigente sindical.
O presidente do Sindicato, Carlos Eduardo Bezerra ressaltou que, “o Sindicato está junto buscando solução para as questões que afligem os bancários. Nós queremos um acordo específico que contemple os anseios dos trabalhadores. No Santanter, há falta de funcionários, metas abusivas, sobrecarga de serviço e assédio moral, causando estresse, adoecimentos, uso de remédio tarja preta e afastamentos do trabalho. Essa situação não pode continuar", salienta.
A próxima negociação entre a Contraf-CUT, federações e sindicatos, com o Santander está agendada para quinta-feira, 13/11, quando também será discutido o Programa de Participação nos Resultados do Santander (PPRS).
Principais reivindicações
Para garantir avanços no aditivo, os dirigentes sindicais defendem o atendimento das reivindicações da pauta específica, tais como:
- fim das metas abusivas;
- fim das reuniões diárias para cobrança de metas;
- fim das metas para a área operacional;
- manutenção do plano de saúde na aposentadoria nas mesmas condições vigentes quando na ativa;
- realização de eleições democráticas e transparentes no SantanderPrevi;
- PLR para funcionários afastados por licença médica;
- isenção de tarifas e a redução das taxas de juros para funcionários e aposentados;
- auxílio moradia;
- empréstimo de um salário nas férias com desconto em 10 vezes sem juros, a exemplo dos funcionários oriundos do Banespa;
- auxílio academia para todos;
- licença remunerada à mulher vítima da violência;
- mudança nos procedimentos da auditoria interna e externa;
- licença não remunerada para fins de estudo;
- ampliação das informações funcionais, a exemplo da Espanha.
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