Em rodada de negociação específica, ocorrida no dia 18/11, com as entidades sindicais, o HSBC assumiu o compromisso com o movimento sindical de que não realizará mais demissões este ano. Além disso, o banco inglês ficou de revisar, por meio de uma comissão paritária (banco e entidades sindicais), e reintegrar os demitidos irregularmente (bancários em estabilidade pré-aposentadoria, grávidas, afastados por motivos de saúde ou portadores de doenças crônicas).
Já aos funcionários desligados, além dos direitos assegurados, o banco garantiu um adicional de três meses da cesta-alimentação e a extensão do plano de saúde em três meses além do prazo previsto na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Essa regra valerá até abril de 2015, com o objetivo de encarecer as demissões e proteger o emprego.
"A força da mobilização garantiu avanços nas negociações, mostrando a importância da atuação do movimento sindical na defesa dos direitos dos trabalhadores", afirma Alan Patricio, secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT.
As três reuniões aconteceram em São Paulo e o HSBC voltou a garantiu investimentos no Brasil e informou que pretende fazer novas contratações que atendam ao seu novo perfil estratégico. "Estamos atentos e observando a postura do banco no que se refere ao emprego. E, se preciso for, iremos à luta novamente!", conclui Cristiane Zacarias, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do HSBC.
Histórico
No último dia 6, o HSBC iniciou um processo de demissões em massa em todo o País. No dia seguinte, os bancários reagiram e iniciaram protestos e paralisações de agências e centros administrativos em estados nas bases territoriais de sindicatos filiados à Contraf-CUT.
Foram precisos quatro dias de paralisação para o banco inglês abrir o canal de diálogo com o movimento sindical. A primeira conversa se deu em Curitiba, no dia 12/11, em uma audiência pública mediada pelo Ministério Público do Trabalho do Paraná (MPT-PR). Contudo, a suspensão das paralisações só ocorreu no dia 14/11, após a primeira rodada, quando o banco suspendeu as demissões enquanto durarem as negociações.A direção do banco afirmou que não existe a intenção de cortar 20% do quadro de funcionários, nem substituir bancários por terceirizados. Eles também negaram que o HSBC cogita deixar o Brasil.
Veja o que ficou garantido nas negociações:
- suspensão das demissões ate o final de 2014;
- reintegração dos trabalhadores em casos a serem analisados por comissão constituída entre sindicatos e HSBC (saúde, pré-aposentadoria, gravidez etc.);
- aos funcionários desligados, além dos direitos assegurados, ficou restabelecido um adicional de 3 meses da cesta alimentação e extensão do plano de saúde em 3 meses além do garantido na CCT, com validade até abril de 2015; e
- o HSBC ainda garantiu investimentos no Brasil e assegurou que pretende realizar contratações de novos empregados dentro do seu "perfil estratégico".
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