A Contax é uma empresa terceirizada que presta serviços para os bancos em São Paulo. São milhares de trabalhadores que deveriam ter os mesmos salários e direitos dos bancários, mas não têm. É significativo que o Itaú tenha escolhido justamente o prédio dessa terceirizada para forçar cerca de mil empregados a furar a greve. Bancários dos mais diversos setores do Itaú – como CAT e ITM – madrugam em locais determinados pelo banco para serem transportados ao edifício que fica no bairro da Barra Funda.
Com crachás provisórios da Contax, esses bancários entram no prédio como se fossem terceirizados e de lá fazem o trabalho que deveria estar suspenso em respeito ao direito de greve da categoria.
O banco já foi condenado pela 35ª Vara do Trabalho e está proibido, por liminar, de alterar locais e horários de trabalho dos empregados ou promover outros atos de contingenciamento que firam o direito de greve. A multa diária por descumprimento subiu de R$ 50 mil para R$ 300 mil. A ação contra o Itaú foi proposta pelo Sindicato, com base em denúncias enviadas por trabalhadores, dentre eles os que foram forçados a dormir no Centro de Atendimento Tatuapé (CAT) na madrugada de 7 de outubro.
Justiça
Na tarde dessa quarta, nono dia da greve dos bancários, dirigentes do Sindicato acompanharam um oficial de Justiça ao prédio da Contax para fazer constar que o banco descumpria a liminar e mantinha funcionários em contingenciamento no local.
“E faremos isso com todos os bancos que desrespeitarem o legítimo direito de greve dos bancários”, afirma a secretária-geral do Sindicato, Ivone Maria.
“É impressionante o esforço que os bancos fazem para desrespeitar seus funcionários. Deveriam centrar energia em negociar e apresentar uma proposta decente, que valorize os trabalhadores que fazem os lucros do setor crescer ano a ano”, critica a dirigente. “Mas nada e esse silêncio engrossa a greve que nesta quinta-feira chega ao 10º dia.”
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