A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco já havia cobrado do banco a responsabilidade social sobre emprego, contudo na quarta-feira (22), na mesa de negociação sobre emprego, em São Paulo, o banco afirmou que não há um processo de demissões devido a restruturação em decorrência da compra do HSBC. Mais uma vez, o banco negou a onda de demissões.
A realidade é outra, não houve reposição de trabalhadores nos bancos, após onda de demissões. De dezembro de 2015 a março deste ano, foram extintas 1.466 vagas de trabalho, sem a devida contratação para repor estes postos de trabalho ocasionando, inclusive para quem fica, sobrecarga de trabalho. Os números da COE sobre às homologações não condiz com as informações trazidas pelos representantes do banco.
Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no primeiro trimestre de 2016, o banco Bradesco teve lucro líquido ajustado de R$ 4,113 bilhões, mesmo assim o banco manteve sua política de cortes. Em apenas um ano, de março de 2015 a março de 2016, foram 3.581 empregos a menos no segundo maior banco privado do País.
O banco admitiu que não houve contratações no mesmo volume de desligamentos e assumiu o compromisso de ter um olhar mais minucioso em todo o país, começando nas regiões onde há maior defasagem de trabalhadores para fazer o devido ajuste. Os representantes dos trabalhadores vão fazer os levantamentos devidos para acelerar o processo de preenchimento de vagas nos postos de trabalho.
Reivindicações específicas - Em relação ao fim do assédio moral e das metas abusivas, haverá uma reunião para aprofundamento maior sobre o tema. Sobre Plano de Carreira, Cargos e Salários, o banco manteve a sua posição com plano de carreira fechado, porém apresentou que há um novo sistema de oportunidades, através do SAP (trilhas).
O banco se comprometeu a reativar as reuniões por federações visando ampliar a rede de atendimento do plano de saúde e odontológico. Sobre a garantia dos direitos dos funcionários lesionados, será aprofundada com a retomada do Grupo de Trabalho de Saúde.
Em relação ao parcelamento do desconto do adiantamento do salário de férias, o banco formulará quesito sobre este ponto e oportunamente apresentará em breve. Já sobre o programa Treinet no horário de trabalho, atendendo reivindicação do movimento, o banco implementou travas para que se consiga fazer o treinamento somente no horário comercial. No item sobre licença adoção, o Bradesco também se compromete a estudar este tema e também trazer o retorno o mais breve possível.
Na questão do Vale Refeição e Vale Alimentação, os bancários reivindicaram do banco que fosse oferecido uma opção de percentual para fracionar e distribuir os valores dos vales refeição e alimentação, considerando aquilo que lhe seja mais favorável, o banco se compromete a estudar este tópico e dar um retorno. Em relação à taxa de crédito pleiteada, o banco solicitou um período para analisar esta reivindicação com o objetivo de verificar se terá condições de atender.
“Nós devemos nos manter ainda mais unidos e mobilizados frente os desafios em relação ao processo de incorporação do HSBC, referente ao emprego e a isonomia de direitos” disse Telmo Nunes, diretor do SEEB/CE e funcionário do Bradesco.
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