Em articulação praticamente restrita aos bastidores, o conselho de administração do Banco do Nordeste reconduziu, na última quinta-feira, 29, todos os integrantes da direção do banco federal para o próximo biênio. Com a decisão, divulgada pela coluna do jornalista Igor Gadelha, da Crusoé, Romildo Rolim permanece com mandato no comando do órgão até agosto de 2021.
A recondução ocorre em meio a diversas polêmicas sobre o futuro do BNB na administração pública federal. Antes da posse de Jair Bolsonaro (PSL), o ministro Paulo Guedes (Economia) chegou a ventilar a possibilidade de extinguir o banco, ou de fundir o órgão com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Funcionário de carreira do BNB há quase 30 anos, Rolim está na direção do BNB desde 2017, por indicação do ex-presidente Michel Temer. Em maio deste ano, o deputado federal Heitor Freire (PSL), um dos homens fortes do bolsonarismo no Ceará, já havia dito à coluna que parte da direção do órgão poderia ser mantida nos cargos. “Temos muitas boas pessoas ali”, disse.
Sem alarde
Segundo a Crusoé, a recondução de Rolim foi aprovada na mesma semana em que o dirigente passou por uma agenda de reuniões em Brasília, incluindo encontros políticos. Um dos principais apoiadores de Romildo é o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB).
Curiosamente, apesar do peso da recondução, o BNB não fez qualquer divulgação da decisão em seus canais oficiais. A única comunicação feita foi à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), responsável por regular o mercado de capitais.
Apesar da recondução durar até agosto de 2021, nada impede que o governo federal, que detém controle sobre o órgão, troque a direção a qualquer momento. Dos sete representantes do conselho do BNB, quatro são indicados pelo Ministério da Economia. Atualmente, segundo o site do órgão, dois desses postos estão vagos.
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