Os bancários do Banco do Brasil foram surpreendidos, nesta terça-feira, 21/7, com um comunicado interno da direção do banco estimulando a convocação indistinta de praticamente todos os funcionários para retorno ao trabalho presencial, a partir do dia 27 de julho, desconsiderando toda a preocupação, cuidado e cautela utilizados até aqui na condução da saúde de seus funcionários durante o processo de prevenção e combate à pandemia da covid-19.
A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) se reúne com o banco nesta quarta-feira (22), às 14h30 para tratar do assunto.
O comunicado diz que os funcionários com autodeclaração de coabitação passam a se enquadrar nas formas de trabalho disponíveis, como os demais funcionários que não pertencem aos grupos de risco, a partir do dia 27/7 (segunda-feira).
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O Sindicato dos Bancários do Ceará também foi pego de surpresa pela medida, tomada de forma unilateral, sem qualquer conversa com as entidades representativas do funcionalismo. Sem estabelecer critérios médicos para esses retornos e nem sequer a própria necessidade do serviço, o comunicado tem levado diversos gestores a comunicarem a volta irrestrita dos funcionários.
Há um grande contingente de funcionários que vivem com parentes e familiares que pertencem a grupos de risco, e ficariam numa situação de insegurança. Além disso, o banco não está considerando a situação dos pais que possuem crianças pequenas em idade escolar, que ainda não voltaram às aulas, uma vez que escolas e creches têm previsão de funcionamento normal somente após setembro; não terão, portanto, com quem deixar as crianças.
O Sindicato pondera ainda que deixar questões tão delicadas na mão dos gestores pode gerar situações constrangedoras, pois muitas vezes, os gestores podem não deter a empatia necessária para tratar desses temas e chamar os funcionários, compulsoriamente, à volta ao trabalho presencial não havendo a devida necessidade.
Diante disso, o Sindicato exige imediata reunião com a direção do BB para tratar do assunto, no sentido de continuar protegendo a vida e a saúde dos funcionários e seus familiares, como vêm sendo os compromissos firmados desde o início da pandemia.
“Essa decisão unilateral do BB tem causado apreensão para esses funcionários, que temem colocar a vida de seus parentes em risco com essa medida. Acreditamos sempre que o diálogo e a negociação são os melhores caminhos para atender às demandas que vêm surgindo desde o começo da pandemia. Esperamos que o banco se sensibilize com essa questão”, afirmou o presidente em exercício do Sindicato e funcionário do BB, José Eduardo Marinho. Ele completa afirmando que essa decisão é mais um ataque do governo Bolsonaro, que ignora as negociações realizadas até aqui, que têm trazido segurança à saúde do corpo funcional do BB. “Essa flexibilização fragiliza, e põe em risco, a vida de vários funcionários e seus entes queridos”, concluiu.
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