O prêmio do Oscar finalmente resolveu, aparentemente, deixar de lado os evidentes lobbys e premiou de maneira mais justa e coesa os melhores filmes de 2013. A ficção científica Gravidade foi mais premiado da noite, com vitória em 7 categorias, mas foi o drama 12 Anos de Escravidão o eleito a Melhor Filme.
Com uma cerimônia morna marcada por poucos momentos divertidos, o Oscar-2014 foi entregue no último domingo, 02 de março, e diferente da edição 2013, a premiação se mostrou mais coesa, justa e objetiva. Para quem não lembra, o Oscar 2013 foi uma bagunça aleatória de prêmios que tinha apenas como objetivo não deixar nenhum dos filmes indicados de mãos vazias, ou seja, foi visto até um empate para que ninguém saísse desagradado da festa. Esse ano a Academia resolveu fazer a coisa certa e premiou àqueles que os críticos, público, e inclusive alguns membros da própria Academia, já haviam dito que mereciam.
O filme fenômeno de 2013 Gravidade, do mexicano Alfonso Cuarón, foi a produção mais premiada da noite, vencendo em 7 categorias, incluindo Melhores Efeitos Visuais, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Diretor (Alfonso Cuarón). A releitura pop do diretor Baz Luhrman do clássico romance O Grande Gatsby recebeu os já esperados prêmios de Melhor Figurino e Melhor Design de Produção (antigo Melhor Direção de Arte). Outro longa-metragem que conseguiu duas estatuetas douradas foi a animação sucesso de bilheterias Frozen: uma Aventura Congelante.
A categoria Melhor Animação surgiu apenas no ano 2000, tendo sido Shrek o primeiro filme vencedor. De lá pra cá os as produções da Dreamworks e da Disney-Pixar têm brigado pelo prêmio anualmente – embora em alguns anos produções menores ou de outras produtoras tenham se mostrado mais forte – e nunca um filme do estúdio Disney Animations, que praticamente criou a história da animação no cinema mundial, havia ganho o Oscar nessa categoria. Frozen também levou o prêmio de Melhor Canção Original pela música Let it Go (excelentemente traduzida e cantada no Brasil como Livre Estou).
E por falar em canções, elas foram alguns dos poucos de empolgação da noite. O cantor Pharell Williams levantou todo o Teatro Dolby com a dançante e indicada canção Happy, de Meu Malvado Favorito 2 e tirou uns passinhos de dança da futura premiada Lupita Nyong’o e da veterana Meryl Streep. As categorias de atuação foram um reflexo dos prêmios dos críticos e deram ao drama Clube de Compras Dallas, dois Oscar, o de Melhor Ator para Matthew McConaughey e o de Melhor Ator Coadjuvante para Jared Leto – cantor da banda 30 Seconds to Mars. Matthew, que teve que perder 21 quilos para viver Ron Woodroof nos cinemas, um eletricista americano soropositivo que lutou em busca do tratamento da AIDS, agradeceu a Deus, a sua mãe e a esposa, a modelo brasileira Camila Alves. Na categoria Melhor Atriz Cate Blanchett recebeu seu segundo Oscar, dessa vez pela elogiada atuação em Blue Jasmine, o mais recente filme de Woody Allen.
É sabido que a Academia tem uma queda por dramas históricos e produções britânicas e a soma dos dois deu ao drama 12 Anos de Escravidão o espaço necessário para ganhar três Oscar incluindo o prêmio máximo, de Melhor Filme. O longa atualmente em cartaz no Brasil conta a história verídica de Solomon Northup, um negro livre do norte dos EUA que é sequestrado e vendido como escravo para o Sul, onde passou doze anos sofrendo nas mãos de rudes donos de terra. Não se sabia ao certo, apesar de ter ganhado o PGA Awards e o Globo de Ouro, qual seria o destino do filme de Steve McQueen no prêmio da Academia, uma vez que é um filme difícil e de uma abordagem nada velada, mas os dois fatores inicialmente citados parecem ter se mostrado mais fortes. O drama ainda ganhou os prêmios de Melhor Roteiro Original e de Melhor Atriz Coadjuvante, para a estonteante e talentosa Lupita Nyong’o.
O vencedor de Melhor Filme Estrangeiro foi o italiano A Grande Beleza, dando a Itália seu décimo terceiro Oscar na categoria. E na categoria Melhor Documentário foi o segundo ano consecutivo que a Academia fez vista grossa a documentários com temas polêmicos e políticos como Guerras Sujas e A Praça Tahir e premiou a produção que trata de temas musicais, dando a estatueta a A Um Passo do Estrelato, que será lançado nos cinemas
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